A primeira parcela do 13ª salário será paga hoje para muitos baianos. Com isso, muita gente deve aproveitar as promoções da Black Friday para fazer compras e antecipar os presentes de natal. Segundo projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA), as vendas dos setores mais ligados a data devem crescer 3% contra igual período do ano passado. Os destaques serão os setores de eletrodoméstico, eletrônicos, além dos produtos de cosmético e perfumarias.
Os varejistas estão mais confiantes neste fim de ano. A confiança do empresário do comércio de Salvador, por exemplo, medido pelo Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e FecomércioBA, está 13% acima do patamar registrado em novembro do ano passado. Isso se deve a um cenário mais claro da economia, com juros em queda, geração de emprego e a agenda do Governo de retomada do crescimento econômico.
De acordo com a Federação, as vendas da Black Friday serão um excelente termômetro para o Natal. Os empresários poderão saber se compram mais ou não dos seus fornecedores para atender a uma demanda mais elevada. “É um bom momento para o varejo, algo que não se via há alguns anos. E o melhor, a tendência não é de curto prazo. Estamos confiantes de que o varejista deve ver dados positivos de vendas daqui pra frente”, afirma o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
O presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), Paulo Motta diz que impulsionada pela liberação da primeira parcela do 13° salário, a Black Friday deve proporcionar um incremento de público e vendas na capital baiana. “Será o dia que registra a maior quantidade de vendas”.
Apesar de vender muito, o presidente ressalta que a quantidade nem sempre é revertida em rendimento para as lojas, já que a margem de lucro dos estabelecimentos é reduzida. Ele aponta que deve haver um crescimento de mais de 20% das unidades vendidas, mas que isso deve resultar em um aumento de cerca de 5% no valor econômico arrecadado. “O desconto chega 70%, mas cabe a cada empresa decidir qual vai ser a porcentagem do desconto”, diz Paulo Motta.
Segundo o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Marcel Solimeo, o período natalino, somado a injeção de dinheiro que o 13º salário colocará na economia, deve aumentar em 3% as vendas do comércio em comparação com os meses anteriores.
Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê o maior crescimento de vendas dos últimos seis anos para o período do Natal. A estimativa é arrecadar R$ 35,9 bilhões, o que representa 4,8% mais do que no ano passado.
Esse percentual na principal data para o comércio no ano não é registrado desde 2013, quando o crescimento foi de 5%. Caso essa previsão se confirme, o varejo voltará ao patamar de vendas natalinas de 2014, ano considerado o do início da crise econômica por analistas. Em 2015 e 2016, a variação chegou a ser negativa.
“Quando você compara com os meses anteriores, dezembro tem um peso muito maior e não é só pelo fato da festa natalina, mas porque também há uma injeção de dinheiro, pela renda extra que permite as pessoas gastarem mais, então é muito importante”, afirma Marcel Solimeo.
PESQUISA
Uma pesquisa realizada em todas as capitais do país pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que este ano quatro em cada dez (39%) brasileiros só pretendem adquirir algum produto se as ofertas realmente valerem a pena — um crescimento de sete pontos percentuais em relação a 2018. Em contrapartida, metade (50%) disse ter intenção de fazer compras na Black Friday. Apenas 11% não devem aproveitar as promoções.
Entre os que pretendem comprar produtos com descontos, 76% consideram a data uma oportunidade de adquirir itens que estejam precisando com preços mais baixos. Além disso, 32% querem antecipar os presentes de
Natal de olho nas promoções e 17% planejam aproveitar as ofertas mesmo sem necessidade de comprar algo no momento. Em relação aos que não pretendem fazer compras na Black Friday, os principais motivos apontados são falta de dinheiro (35%), prioridade em pagar dívidas (18%) e falta de necessidade de comprar algum produto (16%). Também há aqueles que não acreditam na veracidade dos descontos oferecidos, que somam 15% da amostra.
Considerando os que realizaram compras no ano passado, 35% esperam adquirir mais produtos em 2019, 23% planejam comprar menos e 20% a mesma quantidade. Quanto à intenção de gastos, os entrevistados estão divididos: 32% pretendem desembolsar mais este ano e outros 32% menos. Por outro lado, 24% devem gastar o mesmo valor. Entre os que têm intenção de gastar mais, 31% justificaram que vão às compras por precisarem adquirir mais produtos. Mesmo percentual (31%) pode ser observado entre os que afirmaram que pretendem comprar mais por terem economizado ao longo do ano para desembolsar na data.
Em média, os consumidores devem comprar cerca de três produtos e desembolsar R$ 1.132. No entanto, 40% dos entrevistados ainda não definiram o quanto pretendem gastar. De acordo com o levantamento, a expectativa dos consumidores para este ano é de que haja um desconto médio de 45% nos produtos e serviços ofertados.
Tribuna da Bahia