Quase 30 projetos de coletivos e associações de matriz africana vão receber, até o final do ano, R$ 4 milhões para financiar os seus empreendimentos.
O recurso é do governo do estado através de um edital de economia solidária para matriz africana da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), iniciado com consultas públicas em 2013. Até 2015 o aporte pode chegar a R$ 7,6 milhões.
São pequenos grupos e redes que receberão apoio técnico e aportes de até R$ 1,4 milhão em diversos segmentos, como agricultura familiar, extrativismo, confecções, moda, estética e culinária, ligados a entidades como comunidades de terreiros e comunidades quilombolas, blocos afro e grupos de capoeira.
Entre os selecionados está um coletivo de 19 comunidades quilombolas do Centro de Habitação e Cultura Vale do Iguape, localizado em Cachoeira. Cerca de R$ 230 mil serão utilizados para comprar maquinário e reformar as unidades de beneficiamento de ostras e dendê.
Segundo a coordenadora do edital, Juci Santana, os aportes fomentam cadeias produtivas e podem aumentar a geração de renda e de trabalho para os grupos.
“As comunidades de matriz africana trabalham de uma perspectiva coletiva desde sua essência. É algo intrínseco de sua constituição. Você não faz uma festa de santo sozinho, não faz uma roda de capoeira sozinho. A perspectiva de um trabalho coletivo já era algo dado. A gente só veio mesmo com a ferramenta”, afirma.
Reforma
Também contemplado pelo edital, o Espaço Cultural Vovó Conceição, do terreiro da Casa Branca, irá utilizar o aporte de R$ 150 mil para a reforma do espaço e exposição dos itens produzidos durante as oficinas de corte, costura e bordado que são oferecidas para 80 pessoas da comunidade.
“A gente estava precisando melhorar a situação do espaço para divulgar o nosso trabalho. Nós capacitamos as pessoas para a cultura. Pela primeira vez, nós conseguimos ser contemplados realmente para um edital para uma comunidade tradicional”, afirma Ekedi Sinha.
Fonte: A Tarde