Conhecido como o Rio da Integração Nacional, o São Francisco é o aniversariante ilustre deste mês de outubro (celebrado no dia 04), quando chega aos seus 513 anos. Para nós, ribeirinhos, ele é o querido Velho Chico, personagem essencial na história de construção e desenvolvimento de cidades do Vale, a exemplo de Petrolina e Juazeiro. É o rio conhecido por propiciar a irrigação, por banhar as ilhas turísticas da região. Mas nem tudo é festa: vítima desenfreada da degradação e do assoreamento, em muitas regiões o São Francisco está praticamente inexistente. Ciente desta situação, a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) de Petrolina conclama a população a reunir esforços no sentido de lutar pela preservação deste que é um dos maiores patrimônios naturais do país.
“Claro que as instituições públicas, principalmente aquelas voltadas ao meio ambiente, têm que usar de todas as prerrogativas legais para permitir com que os recursos naturais, neste caso o Rio São Francisco, não desapareçam e fiquem apenas registrados em livros. Mas a participação de cada cidadão é importante, seja com atitudes diárias de preservação, seja através de denúncias aos órgãos competentes de situações depreciativas ao meio ambiente”, explica o diretor-presidente da AMMA, Gleidson Castro.
O gestor da AMMA relembra as ações que o município tem adotado para preservar o São Francisco. Uma das medidas é a adoção do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, com a implantação de espécies como mulungu, caraibeira, juazeiro, ingazeira, dentre outras, típicas do bioma caatinga. Essas mudas foram colocadas às margens do rio, nas imediações da Orla II. Além de suprimir algarobas, a iniciativa pretende recompor a mata ciliar. Implantadas este ano, após superarem as adversidades iniciais, as espécies devem ganhar porte e visibilidade em até dois anos.
“Com o programa de Recuperação de Áreas Degradadas pretendemos possibilitar um maior equilíbrio ambiental, com a utilização de plantas nativas da caatinga”, reforça Castro.
Ainda na área da orla, Petrolina conseguiu recursos de mais de R$ 3 milhões junto ao governo federal para a implantação do Parque Fluvial Velho Chico, que prevê a implantação de um local para palestras e exposições, recomposição da mata ciliar, dentre outras ações.
Outra linha de ação da AMMA está relacionada com a fiscalização. Para ter como exemplo, em maio deste ano o órgão multou a Compesa em R$ 1 milhão de reais, por jogar dejetos no Rio São Francisco sem o tratamento adequado. Em uma última instância administrativa, o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente julgou a multa procedente, por unanimidade de votos. Recentemente, um condomínio foi notificado pela equipe de fiscalização pelo mesmo motivo: despejo de dejetos no rio.
“A responsabilidade pelo Rio São Francisco é de todos. O esforço tem que ser conjunto para que a gente consiga mantê-lo vivo, com toda a riqueza de fauna e flora que está à sua volta. Queremos que as gerações futuras também o conheçam e se beneficiem prudentemente dele. Logo, a data de hoje nos leva a uma reflexão profunda do que ainda podemos fazer para manter esse rio com toda a sua pujança e história”, defende o diretor-presidente da AMMA, Gleidson Castro.
Fonte: ASCOM AMMA/PMP