OBRIGADO, GIÓ, ZÉ LUIZ BRANDÃO E MILINDÔ.
Como retirantes, chegamos a Juazeiro no ano de 1952, vindo de Pedra Branca (distrito) via Curaçá (cidade). Lembro-me da chegada, como se fosse hoje, ali no cais, onde ficava o mercado “Modelo”, local onde se comprava de tudo: anzol, peixe, cuscuz, arma, meias, frutas, secos e molhados, rede, prego, goma arábica, candeeiro, óleo, gilete e navalha, cordão, sandálias de couro, agulha, chapéu, pilha (era moda)… E do lado de fora, virado para o rio, tinha o cachorro quente melhor do mundo, acompanhado do refresco não menos saboroso, vendidos por seu Antônio do “cachorro quente”. A chegada se deu + – às 17/18 horas, quando o mercado estava fechando. Saímos de Curaçá bem cedo e a viagem foi sua excelência e rápida, já que a distância era de 92 km de terra, ou melhor, de buracos, curvas, riachos, lamaçal. O carro era ligado à base da manivela. Para isso tinha que ter o motorista, que era o dono do caminhão, que era seu Hermes e o ajudante, que além de ligar o carro através da manivela, carregava e descarregava (não tinha tíquete para controlar bagagem). Após recebermos as bagagens (sacos, malotes de madeira cobertos com couro pintado) nos deslocamos a pé, claro, para a Rua Henrique Rocha, casa de Gió. Ali fomos recebidos como príncipes: meu pai, Epitácio, Elísio e eu.
Ballou afirmou: “A gratidão é a mais bela flor que brota da alma”. Concordo sem restrição, Em forma de gratidão e reconhecimento, estamos enviando às suas almas, a mais bela e mais valiosa flor do mundo brotada do nosso coração. Temos certeza que se não fossem os gestos simples, porém grandiosos de vocês, hoje seriamos diferentes. Se não fosse a acolhida e assistência (até material), o sofrimento teria sido maior. Se não fossem os pratos de sopa e os remédios oferecidos com tanto amor e carinho, quem sabe, se todos estavam vivos. Se não fossem a orientação e as referências, à comunidade, quem sabe se não teríamos pegado o caminho de volta.
O fundador das Dorotéias afirmou: – Dai-me um homem que pense e farei dele um sábio. Dai-me um homem que lute e eu farei dele um guerreiro. Dai-me um homem que ame e vou fazer dele um santo. Pedindo a devida permissão a Deus digo: já fiz de GIÓ, ZÉ LUIZ BRANDÃO E MILINDÔ, três santos, porque eles amaram e fizerem bem a muita gente (nos incluindo), por isso estão credenciados a se postarem, no céu, ao lado do Pai do Filho e do Espírito Santo.
MAGOM – Contabilista, Administrador de Empresa e membro do Lions.