O Banco PanAmericano teve lucro líquido de R$ 67 milhões em 2011, ano em que foi vendido pelo Grupo Silvio Santos para o BTG Pactual após ter sido revelada fraude na instituição.
Os dados referentes a 2010 não foram divulgados no balanço apresentado nesta terça-feira. “Foram descobertas irregularidades e inconsistências contábeis no banco que não permitiam que suas demonstrações financeiras até então publicadas refletissem sua real situação patrimonial”, diz no comunicado.
No quarto trimestre, o lucro foi de R$ 13,6 milhões, ante R$ 2,8 milhões no terceiro trimestre. O patrimônio líquido encerrou o ano passado em R$ 1,227 bilhão.
O banco, no entanto, diz que “como consequência, as informações trimestrais de 2011, bem como as demonstrações financeiras do semestre e do exercício terminados, respectivamente, em 30 de junho e 31 de dezembro de 2011, estão prejudicadas em relação à sua comparabilidade com as demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2010.”
O banco encerrou o ano com carteira total de crédito de R$ 10,8 bilhões, ante R$ 10,45 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 3,3%.
O BTG Pactual e o Grupo Silvio Santos acertaram em 31 de janeiro de 2011 a venda do banco por R$ 450 milhões. O rombo por causa da fraude foi estimado em R$ 4,3 bilhões.
O acordo também incluiu um empréstimo adicional pelo Fundo Garantidor de Créditos, entidade dirigida pelos bancos, de R$ 1,3 bilhão ao PanAmericano.
A principal hipótese é que a fraude contábil tenha sido feita para encobrir uma operação deficitária decorrente de custos elevadíssimos com comissões para lojistas e demais distribuidores de crédito associados a uma captação de recursos com taxas elevadas.