Por Raryana Wenethya
Há alguns meses o governo implantou o sistema de cobrança através das bandeiras tarifárias e isso afetou o bolso do consumidor, que passou a receber em sua residência a conta de luz com aumento. Relacionado a isso, temos a crise hídrica pela qual o Brasil está passando no momento. A falta de água provoca a falta de energia.
Segundo informações divulgadas pelo Fantástico, 65% da energia elétrica no Brasil vem das usinas hidrelétricas. E 15% de toda a energia gerada é jogada fora. Então, o que deve ser feito para mudar esse quadro? Qual a melhor forma para se economizar energia e não sentir o peso da fatura no bolso?
De acordo com o engenheiro eletricista Rostand Batista Santos Freire determinadas mudanças de hábito, como o uso de lâmpadas mais econômicas e utilização adequada de eletrodomésticos, se seguidas corretamente, podem gerar uma economia de 60% a 70% na conta de energia.
Para o engenheiro um dos fatores que contribuem para o aumento do consumo de energia é o uso indiscriminado das lâmpadas. “O ideal é substituir as lâmpadas eletrônicas, que já são econômicas, pelas lâmpadas de LED. Outra dica importante é usar um sensor de presença em alguns ambientes que você fica transitando, como um corredor, por exemplo. A luz só irá ascender quando alguém passar e logo em seguida desligará. Com isso já há uma redução considerável no consumo de energia”, afirma.
A aposentada Isabel Ferreira mora com um filho e uma neta, e em dezembro instalou um chuveiro elétrico e um ar-condicionado em sua casa. Ela costumava pagar cerca de R$ 60 pela luz e diz que em fevereiro a fatura veio custando R$120. A partir de então Isabel vem tentando economizar da maneira que pode. “Procuro deixar as luzes sempre apagadas. Já não vejo mais televisão por muito tempo, logo desligo, e o ar-condicionado eu ligo quando vou dormir e desligo de madrugada, quando o quarto já está friozinho”, conta.
Segundo Rostand o chuveiro e o ar- condicionado também são os principais vilões no consumo de energia. “Existem resistências do chuveiro que podem ser diminuídas. Têm resistências que são de 6400W e outras de 3200W, assim, a gente pode usar as resistências menores que podem ser substituídas no chuveiro. É importante tomar banhos rápidos e nos dias quentes colocar a chave de temperatura na posição Verão. Quanto ao ar-condicionado, optar pelo Split, que é bastante econômico e utilizar somente quando necessário”, explica.
Além desses exemplos, as pessoas devem atentar para outras dicas: verificar sempre se as borrachas de vedação da porta da geladeira estão em bom estado; utilizar a máquina de lavar de forma consciente, juntando o máximo de roupas e lavando de uma só vez, adicionando a dosagem certa de sabão para não ter que repetir a operação enxaguar várias vezes; passar de uma só vez a maior quantidade de roupas e tirar da tomada os aparelhos que não estejam sendo usados, pois mesmo que estejam deligados, ainda consomem energia.
“É importante nesse momento que as pessoas tomem isso como exemplo, principalmente nessa crise que está havendo no país, e que mudem seus hábitos, mudem sua vida. Façam uma reeducação no consumo de energia e que seja pro resto da vida, para que as próximas gerações comecem a economizar mais, em prol do seu próprio bolso”, ressalta Rostand Batista Santos Freire.
ENTENDA AS BANDEIRAS TARIFÁRIAS
Foi em janeiro de 2015 que as contas de energia trouxeram uma novidade: o Sistema de Bandeiras Tarifárias, que sinalizam aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica. As bandeiras indicam se a energia custará mais ou menos, em função das condições de geração de eletricidade.
O sistema possui três bandeiras: verde, amarela e vermelha – as mesmas cores dos semáforos – e indicam o seguinte: Quando a bandeira está verde, as condições hidrológicas para geração de energia são favoráveis e não há qualquer acréscimo nas contas. Se as condições são um pouco menos favoráveis, a bandeira passa a ser amarela e há uma cobrança adicional, proporcional ao consumo, na razão de R$ 2,50 por 100 kWh. Já em condições ainda mais desfavoráveis, a bandeira fica vermelha e o adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo na razão de R$ 5,50 por 100 kWh. A esses valores são acrescentados os impostos vigentes.
GERAÇÃO
A maior parte da energia elétrica produzida no Brasil é proveniente de hidrelétricas. Com o cenário hidrológico desfavorável, o Operador Nacional do Sistema (ONS) aciona as usinas termelétricas, cujo custo de produção é mais elevado.