O Circo Benjamin Chaves faz parte do projeto “CircOlando” e se apresenta em mais 9 cidades
Paulo Carvalho/SECJU
Crianças e adolescentes, no palco ou no público, não conseguiam segurar a emoção na noite de inauguração do Circo Benjamin Chaves, no bairro Quidé, em Juazeiro, numa realização do Núcleo de Arte-Educação Nego D’água (NAEND’A), justamente no Dia Nacional do Circo e Dia Mundial do Teatro, 27 de março. Ao longo das apresentações só se ouvia comentários emocionados, “o que eu mais gostei foi a emoção de Adegivaldo, a emoção dele me comoveu”, disse uma das meninas na saída da arquibancada.
O circo ficou pequeno para tanta gente que queria prestigiar aqueles “artistas da noite”, que no picadeiro mostraram com dedicação e amor a arte o resultado das oficinas que participaram. Realizadas pelo projeto que inaugurado no bairro Quidé, parte para outras cidades do Território Sertão do São Francisco, as oficinas e apresentações contemplam um público formado por crianças e adolescentes de escolas públicas.
Na noite de inauguração do Circo Benjamin Chaves, no Quidé, a emoção tomou mesmo conta do picadeiro. O coordenador do projeto Adegivaldo Mota, ao apresentar o circo ao público presente, fez um breve relato e se emocionou ao lembrar como era antes a atividade circense naquela comunidade. “Antes nosso circo se chamava Lona Azul, que era o céu que nos cobria, hoje temos esse circo de lona, com as cores da Mama África”, disse, explicando o porquê do nome Benjamin Chaves.
“Benjamin com 12 anos de idade fugiu de casa, era filho de escravos, o primeiro palhaço negro, o nosso herói, por isso a nossa homenagem a ele, Circo Benjamin Chaves”, disse emocionado. A plateia brincou, sorriu, festejou aquele momento memorável para a comunidade do bairro Quidé, em Juazeiro, cidade polo do projeto, que contempla mais 9 cidades do Sertão do São Francisco, como Curaçá, Canudos, Uauá, Sobradinho, Sento Sé, Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado e Campo Alegre de Lourdes.
Na apresentação de inauguração do Circo Benjamin Chaves, onde também ocorreu o lançamento do Projeto CircOlando no Semiárido do Território Sertão do São Francisco, teve palhaços, equilibristas, malabarista, balé aéreo, e uma apresentação especial do grupo de percussionistas Kidé Falaê. Presentes a inauguração do circo, o titular da secretaria de Cultura e Juventude de Juazeiro, Donizete Menezes e o diretor de Cultura da SECJU, Márcio Ângelo Ribeiro, também morador do bairro Quidé, e um dos articuladores do NAEND’A, quando surgiu o núcleo naquela comunidade.
Para Donizete Menezes, prestigiar o lançamento de um projeto de alcance social não só para Juazeiro, mas para toda a região do Vale do São Francisco, “é mais do que uma honra, é a certeza de que o Município não perde nada, pelo contrário, só ganha quando apoia projetos como esse”, disse, parabenizando a iniciativa dos organismos envolvidos no projeto.
Adegivaldo Mota registrou a presença do secretário de Cultura, agradecendo pelo apoio e incentivo. “Queremos agradecer ao secretário Donizete Menezes pela presença, que vem valorizar e engrandecer o nosso trabalho”. Adegivaldo também agradeceu o apoio de todos os presentes, e bem ao estilo circense, como anfitrião daquele momento, finalizou a noite de inauguração do Circo Benjamin Chaves.
“CircOlando”
CircOlando no Semiárido do Território Sertão do São Francisco é um projeto que levará apresentações circenses e oficinas de circo para crianças das escolas públicas em parceria com as Secretarias de Educação dos municípios e para o público em geral. O mesmo será desenvolvido nos 10 municípios do Território de Identidade Sertão do São Francisco.
Durante a circulação pelo Território, o circo ficará 15 dias em cada cidade, com exceção de Juazeiro, devido ao tamanho da população, permanecerá por mais tempo. A duração do projeto é de 12 meses e tem o apoio da Fundação Nacional de Arte – FUNARTE do Ministério da Cultura e Governo Federal.