Os consumidores pernambucanos acumulam o índice médio de reajuste tarifário de energia de 13,70% em 2015, sendo 13,06% para os clientes de baixa tensão (residenciais) e de 15,21% para aqueles atendidos em alta tensão (indústria e comércio). Além de pesar no bolso das famílias, a alta da conta de energia aumenta os custos dos setores produtivos. No contexto de crise econômica, alta de juros, aperto do crédito e alta da inflação, os empresários da indústria e do comércio têm de encontrar alternativas de redução de custos, para evitar subir os preços.
As indústrias eletrointensivas (consomem mais energia no processo produtivo) são as mais afetadas com a alta de energia. O presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, considerou preocupante o aumento de 16,74% para as grandes indústrias. Segundo ele, o impacto nos custos poderá variar de 1% a 30%, dependendo do tamanho da empresa. “Corre-se o risco de algumas indústrias repassarem para os preços, e outras economizarem no processo produtivo”. Redução de produção significa diminuição de mão de obra e mais desemprego.
No comércio algumas medidas de racionalização do consumo de energia estão sendo adotadas para reduzir o custo da conta de luz. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL), Eduardo Catão, cita a troca de lâmpadas fluorescentes por LED e o monitoramento do uso do ar-condicionado. “No fim, quem vai pagar é o consumidor porque as empresas não poderão absorver todos os aumentos de energia”.
Nos centros de compras a preocupação é maior porque a energia elétrica é um dos principais insumos. De acordo com Raymundo de Almeida, diretor-executivo da Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), os lojistas já adotam ações de uso racional de energia. “Os aumentos de energia são preocupantes, mas o de preços é uma das últimas alternativas”, afirmou Almeida.
Fonte: Diário de Pernambuco