Por Adeilton Júnior
Uma mulher foi morta a golpes de facão por volta das 20h30 da última segunda-feira (11) na zona rural do município de Dormentes no sertão pernambucano. O crime aconteceu quando a dona de casa Maria Aparecia de Jesus (34) teria retornado à residência onde morava com o ex-marido, no sitio Capacidade, para buscar os documentos.
Segundo o irmão de criação da vítima, que foi adotada com poucos meses de vida, José Rodrigues Filho (51), ela foi assassinada pelo ex-companheiro, identificado apenas como Gregório, devido ao fim do relacionamento deles. “Ela estava com minha sobrinha na hora do crime e ele correu atrás dela e deu as facadas. […] Eles tinham se separado e depois tinham voltado. Aí, na quinta-feira (7) ela saiu de casa, porque segundo ela, ele a estava ameaçando. Eu acredito que ele não aceitou a separação”, contou.
O agricultor Gregório ainda não foi encontrado pela polícia, que já está investigando o caso. O corpo de Maria Aparecida de Jesus foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal de Petrolina e aguarda a liberação para o sepultamento.
Feminicídio na Univasf
Há exatamente 14 dias a população sanfranciscana tomava conhecimento da morte da estudante de enfermagem, Rosilene Ramos (31), morta tragicamente nas dependências da Universidade Federal do Vale do São Francisco, nas mesmas condições e, provavelmente, pelo mesmo motivo de Maria Aparecida de Jesus.
Tanto Rosilene quanto Maria Aparecida foram vítimas de feminicídio, que segundo o dicionário é a morte de mulheres em razão do gênero, simplesmente por serem mulheres.
Para a representante da União Brasileira de Mulheres, a professora Socorro Lacerda, a aprovação da Lei do Feminicídio foi uma conquista. “A lei que criminaliza o feminicídio é uma conquista. Mas, temos que punir os assassinos, divulgando a sua covardia. A lei modifica o código penal e torna o assassinato de mulheres um crime hediondo”, destacou.
Ainda de acordo com Socorro os governos têm que agir. “Essa situação não pode mais ser tolerada e negligenciada pelas autoridades. Sabemos que só há um caminho para evitar esse comportamento machista: políticas públicas de educação. É condição determinante incluir nos currículos escolares os saberes histórico-culturais desse campo conceitual e educar os meninos e meninas sobre questões inerentes ao problema”, afirmou.
A lei que coloca o feminicídio na lista de crimes hediondos e o considera como homicídio qualificado foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 09 de março de 2015.