A Petrobrás deu apoio “não financeiro” a um projeto da Diamond Mountain Investimentos e Gestão de Recursos em 2012, após negociações de representantes da empresa com o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA). O peemedebista é suspeito de ser sócio oculto da holding que controla a empresa, sediada nas Ilhas Cayman. Em carta à Diamond em março de 2012, o gerente executivo de Finanças da Petrobrás, Gustavo Tardin Barbosa, disse que iria contribuir na capitalização de recursos para dois fundos criados pela empresa, cujo objetivo era prospectar investimentos de fornecedoras da estatal. “Prontificamo-nos a, eventualmente, acompanhar V.Sas. durante o processo de capitalização do FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), participando de reuniões com investidores nacionais e estrangeiros, bem como fornecendo informações e material que se mostrem necessários”, escreveu Barbosa no documento. “Permanecemos à disposição de V.Sas. para a criação de ações conjuntas que se fizerem necessárias para se alcançar o sucesso do programa”, complementou o gerente executivo. O nome da Petrobrás aparece por diversas vezes em inquérito que investiga sócios da Diamond. Em e-mails obtidos pelo Estado, eles mencionam ao menos três encontros com Lobão em 2011. O ex-ministro admite uma reunião no Ministério de Minas e Energia, em 2 de junho daquele ano, para tratar do fundo voltado a fornecedores da Petrobrás, cujo objetivo era atrair R$ 30 bilhões em investimentos. De acordo com a ata do encontro no ministério, os representantes da Diamond fizeram no encontro “uma breve descrição da empresa, que administra no Brasil US$ 5 bilhões em fundos de empresas”. Além disso, disseram que o grupo administra no Brasil fundos com 90% de “atuação na área de infraestrutura, estando entre seus clientes a Petrobrás”.
Fonte: Política Livre