Por Adeilton Júnior
Usuários da rede de saúde mental, familiares, profissionais e gestores da região do Submédio São Francisco, além de professores e estudantes de psicologia da Univasf, se reuniram na manhã de ontem (27) no Complexo Multieventos da universidade, em Juazeiro, para discutir sobre a consolidação da reforma psiquiátrica na região. O evento promoveu ainda o debate sobre a implantação e o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial.
O fórum, organizado pelo Núcleo de Mobilização Antimanicomial do Sertão (Numans), tem a proposta de reunir os diversos envolvidos no serviço de saúde mental e discutir sobre a realidade local.
Para a integrante da comissão organizadora do fórum e colaboradora do Numans, Grécia Nonato (33), o evento visa à melhoria da rede de atenção psicossocial. “A proposta é mesmo de reunir os usuários do serviço de saúde mental, os profissionais e discutir a ampliação dessa rede e buscar melhorias para ela aqui na região do Vale”, destacou.
Ainda segundo Grécia é preciso melhorar o atendimento psicossocial na região. “Existem alguns entraves que a gente encontra atualmente em relação a essa rede. É preciso ampliar a rede, por exemplo, o Caps III, que é o Centro de Atenção Psicossocial que funciona 24 horas, a gente precisa ter aqui. Essa é uma das discussões. E também ver as formas de que essa reforma psiquiátrica realmente aconteça”, afirmou.
A gerente de Saúde Mental de Juazeiro, Cilene Duarte Silva (39), falou sobre como é o atendimento aos pacientes que necessitam utilizar o Caps. “Nós temos aqui (Juazeiro) dois Centros de Atenção Psicossocial, o Caps I, para usuários com transtornos mentais e o Caps II, para usuários com transtornos mentais decorrentes do uso de drogas. A equipe aqui de Juazeiro é formada por médico psiquiatra, enfermeira, assistente social, psicólogo, psicopedagogo, nutricionistas e nós temos também terapeuta ocupacional. O usuário pode ir diretamente ao Caps ou ser encaminhado pela unidade de saúde da família no bairro onde ele mora”, disse.
Ainda de acordo com Duarte o processo de tratamento dos usuários começa desde o acolhimento no Caps. “Nós chamamos de uma primeira escuta quanto às demandas que eles trazem. E a partir daí, a gente vai ver junto com o usuário e a família quais são as demandas, quais são as necessidades e aí estabelecer o projeto terapêutico dele e começar o tratamento”, concluiu.
O trabalhador rural Rui Silva Barbosa (34), que há 5 anos faz tratamento no Caps, comenta a sua evolução no centro psicossocial. “Eu estou me sentindo super bem. Graças a Deus não estou usando mais nada, não estou bebendo. Antigamente eu não vivia, eu só vegetava, mas hoje, graças a Deus, eu já sinto o prazer de viver”, expôs.
O V Fórum de Mobilização Antimanicomial é inteiramente gratuito e será realizado até amanhã (29).




