Por Adeilton Júnior
Em carta à comunidade, reitoria da Univasf fala sobre dificuldades financeiras e diz que pagamento a fornecedores e prestadores de serviços estão atrasados.
A carta foi publicada no site da instituição pela reitoria da Universidade Federal do Vale do São Francisco na noite da última quarta-feira (27). No comunicado, a diretoria da instituição de ensino expõe as dificuldades enfrentadas desde o final de 2014.
“[…] Esta situação se agravou do início de 2015 até o momento, em razão do Decreto 8.389 de 7 de janeiro de 2015, que estabeleceu a liberação mensal de 1/18 do orçamento previsto, o que representa uma restrição na ordem de 33,33% do orçamento mensal da universidade […]”, informou o gabinete da reitoria na carta.
Segundo a nota, outra medida do governo federal complicou ainda mais a situação das universidades federais no Brasil. “Além disso (Decreto 8.389), no âmbito do ajuste fiscal pelo qual passa o setor público brasileiro, através do Decreto 8.456, de 22 de maio de 2015, a Presidência da República determinou uma redução global de 13% dos recursos inicialmente previstos na LOA – Lei Orçamentária Anual. Até o presente momento, não temos informações repassadas pelo MEC a respeito da programação orçamentária na área da Educação, em geral, e para as universidades, em particular”, destacou.
Ainda segundo a carta, devido a essa situação alguns pagamentos de fornecedores e funcionários estão atrasados. “Ao lado de toda a situação orçamentária apresentada, no exercício de 2015 a liberação de recursos financeiros para a realização do pagamento de todas as despesas liquidadas tem sido limitada […] Com isso, em alguns casos, os pagamentos a fornecedores e prestadores de serviços encontram-se atrasados, o que foge à competência da Administração Central, que por diversas vezes precisa decidir ordens de prioridade para a realização de pagamentos”, ressaltou a reitoria.
Para o estudante do 6º semestre de Ciências Sociais da Univasf, Leonardo Miranda (25), essa situação é um reflexo de tudo que está acontecendo na economia mundial. “Não são as universidades, não é o Brasil, é todo mundo apertando os cintos. Os estudantes ficam numa situação delicada, já estamos sofrendo com a dificuldade de conseguir ônibus para congressos, por exemplo”, disse.
Uriel Caruano (19) cursa o 3º semestre de Ciências Sociais na Univasf e disse que essa situação pode ser ainda pior. “Se o governo continuar a não priorizar a educação eu acho que a tendência é só piorar. Na minha opinião, nunca se deveria cortar verba na educação e nem na saúde. […] A gente já está sentindo na pele. Vendo o colegiado sem papel, toner e esses materiais didáticos necessários”, afirmou.
Na carta à comunidade, a reitoria disse aguardar um posicionamento do Ministério da Educação e pediu a compreensão de todos. “A Univasf aguarda a manifestação do Ministério da Educação, em função das restrições impostas pelo Decreto 8.456 […] Neste contexto, contamos com a compreensão e o apoio de todos os servidores, estudantes e funcionários terceirizados na instituição, independentemente do seu Campus de atuação.




