Após chegar a cair mais de 6% no início do dia, a Bolsa paulista passou a cair menos, mas fechou em forte baixa nesta segunda-feira (24) – ao menor nível desde abril de 2009. O recuo foi influenciado pelo temor, em todo o mundo, de que a economia chinesa está em desaceleração.
É o menor nível desde abril de 2009, e também a maior queda diária desde dezembro do ano passado. No mês de agosto, a bolsa já caiu 12,83%, e no ano, acumula queda de 11,34%.
Ao longo do dia, a bolsa brasileira acompanhou a diminuição das perdas nas principais praças acionárias no exterior.
“A queda foi abrupta demais e, na medida em que as bolsas americanas recuperaram um pouco, isso sinalizou para os operadores que o problema não era tão agudo quanto a reação inicial. Isso não significa que está tudo bem: apenas uma acomodação”, explicou o professor Tharcisio Souza Santos, diretor do MBA da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em entrevista ao G1.
Na sexta-feira (21), o Ibovespa recuou 1,99%, a 45.719 pontos. Foi o menor patamar de fechamento desde março de 2014. Na semana passada, a bolsa caiu 3,77%.
O dólar fechou acima de R$ 3,55, maior cotação do ano, em alta de 1,62% ante o real, na maior cotação de fechamento desde 5 de março de 2003, quando foi negociado a R$ 3,555.
Temores na China afetaram Bovespa
O recuo na Bovespa foi influenciado pela forte queda das bolsas asiáticas nesta segunda-feira. Investidores demonstram preocupação com a desaceleração da economia chinesa, apesar dos esforços das autoridades para tentar tranquilizar os investidores.
Na China, as bolsas de Xangai e Shenzhen desabaram mais de 8% cada uma, reforçando o quadro de preocupações com a segunda maior economia do mundo, que vem afetando o apetite por ativos de risco.
O movimento recente do banco central da China de desvalorizar o iuan, para incentivar as exportações, também levou a um choque negativo no apetite de risco e elevou a preocupação de contaminação no crescimento global.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu em seu último relatório que a China deve crescer 6,8% em 2015 – a menor taxa anual para o país em 25 anos. Entenda o que está acontecendo na economia chinesa.
Principais quedas do dia
Perto do horário de fechamento, a Vale perdia quase 9% nas ações preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) e quase 8% nas ordinárias (com direito a voto). A queda nos preços do minério de ferro, também afetados pelas bolsas chinesas, prejudicou os papéis da empresa.
Já a Petrobras caía mais de 6% nas preferenciais e quase 5% nas ordinárias, em meio ao declínio acentuado nos preços do petróleo no exterior e temores de que a desaceleração na China traga impactos relevantes sobre o preço das commodities.
Outras empresas que tiveram forte queda foram Gol, OI, TIM, Gerdau, Usiminas, Siderúrgica Nacional, Rumo Logística, Bradespar e Embraer.