O presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, afirmou nesta sexta-feira (16) que obteve da presidente Dilma Rousseff a garantia de que o Brasil cumprirá todos os compromissos firmados com a entidade para a realização da Copa do Mundo de 2014.
Na última quarta, líderes governistas na Câmara disseram que não havia compromisso do Brasil com a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, motivo de divergência entre deputados da base aliada. A autorização para a venda de bebidas é uma das exigências da Fifa para a realização do Mundial. Depois, o governo voltou atrás e anunciou que o compromisso estava mantido.
Blatter participou de uma reunião com a presidente no Palácio do Planalto. O encontro também teve a presença do ex-jogador Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, “embaixador honorário” do Brasil para a Copa; do ministro do Esporte, Aldo Rebelo; e do ex-jogador Ronaldo Nazario, integrante do Comitê Organizador Local (COL) da Copa.
“Depois de uma boa reunião, chegamos à conclusão de que o governo federal e a Fifa precisam trabalhar em conjunto para que possamos organizar uma das maiores copas de todos os tempos. […] A presidente Dilma também disse que não há dúvidas de que o governo do Brasil vai implantar todas as garantias que foram dadas à Fifa”, afirmou Blatter em coletiva de imprensa após a reunião.
O encontro com Dilma foi solicitado por Blatter depois da crise motivada por declaração atribuída ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, de que o Brasil precisava de um “chute no traseiro” devido aos atrasos nos preparativos para a Copa. Tanto Blatter quanto Valcke pediram desculpas pelo episódio em cartas enviadas ao Ministério do Esporte. O governo aceitou as desculpas.
O presidente da Fifa afirmou que a “ideia agora é o governo federal trabalhar em conjunto com a Fifa para estreitar melhor esses laços e para não deixar tanto tempo passar”. A última reunião entre o presidente da Fifa e a presidente Dilma Rousseff foi no ano passado.
Na entrevista, Blatter comentou o episódio envolvendo Valcke.Segundo ele, “o tema do secretário-geral da Fifa é um tema interno da Fifa. Valcke continua trabalhando para a Fifa. O problema entre ele e o Brasil é um problema que pertence ao presidente da Fifa e eu vou solucionar. Vocês podem dar um tempo para que eu possa solucionar? Obrigado.”
Blatter também falou sobre a recente mudança no comando da CBF e do Comitê Organizador Local (COL).
Nesta semana, Ricardo Teixeira deixou a presidência da entidade e do comitê. No lugar dele assumiu José Maria Marin, até então um dos vice-presidentes da CBF.
Joseph Blatter, presidente da Fifa
Ministro
A reunião também ocorreu um dia após o ministro Aldo Rebelo esclarecer que o governo assumiu compromisso com a Fifa, em 2007, de assegurar a venda de bebidas alcoólicas nos estádios que sediarão jogos da Copa de 2014. O tema divide os deputados na Câmara e impediu a votação do texto da Lei Geral da Copa nesta semana.
Na entrevista, Rebelo, disse que a reunião foi “construtiva, de trabalho, de reafirmação do objetivo comum do Brasil, da Fifa e do comitê de organização local de organizar uma grande Copa do Mundo de trabalho em harmonia”.
“O governo brasileiro está empenhado em cumprir sua reponsabilidades e seus compromissos para que a Copa se constitua no êxito para o mundo e para o Brasil”, afirmou Aldo.
Ronaldo
O ex-jogador Ronaldo disse que, durante a reunião, o governo federal garantiu “grande empenho” para a realização do Mundial.
“Foi uma excelente reunião para o comitê local. A gente ganhou mais uma vez a garantia de grande empenho do governo federal e, como eu venho sempre dizendo, não tenho a menor dúvida de que faremos e entregaremos o maior evento de todos os tempos aqui no Brasil”, afirmou.
Lembrei a presidente Dilma que não é para me chamar de ministro, é para me chamar de bombeiro porque estou aqui para apagar as fogueiras.”
Pelé
Ronaldo elogiou o “empenho” de Dilma e agradeceu ao ministro Aldo Rebelo. “O meu muito obrigado à presidente Dilma, que nos atendeu e deixou claro mas uma vez o seu empenho, e ao ministro Aldo, por me convidar.”
Pelé
Embaixador honorário da Copa 2014 nomeado pela presidente Dilma, Pelé afirmou que foi à reunião para “apagar as fogueiras”.
“No Brasil, no meu país, eu tinha que me empenhar para que tudo saísse bem. É o primeiro passo. Lembrei a presidente Dilma que não é para me chamar de ministro, é para me chamar de bombeiro porque estou aqui para apagar as fogueiras. É isso que estou fazendo. Daqui pra frente tenho certeza que vamos caminhar em harmonia, sem confusão”, disse.