Por Emaísa Lima

Os policiais civis de Pernambuco decretaram esta semana estado de greve, em assembleia na sede do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), no bairro de Santo Amaro em Recife. A categoria promete cruzar os braços a partir da 0h do Sábado de Zé Pereira.
Segundo o Sinpol o governo do Estado deveria enviar, no dia 1º deste mês, um projeto de lei que alteraria o Plano de Cargos e Carreiras com aumento das faixas de progressão salarial de 1,5% para 2% . Para isso, seriam criados dois grupos de trabalho. Conforme nos conta o vice-presidente do sindicato, Rafael Cavalcanti. “[sic] Depois de um ano de muita reivindicação, mostramos a situação precária pelo qual passa a Polícia Civil e o Governo [Governo do Estado de Pernambuco] estendeu até o mês de dezembro o principio de acordo, de tentar amenizar todos estes problemas que nós [policiais civis] passamos, inclusive financeiro, com o pior salário do país. E dois meses depois, o Governo não cumpre este acordo e então a categoria não tolera este tipo de coisa, esta falta de comprometimento.”
O vice-presidente ainda acrescenta. “[sic] Sabemos que a população pernambucana passa por uma grave crise de segurança pública, padecendo muito da violência e nós não queríamos contribuir para isto, pelo contrário, passamos 2015 pedindo, mostrando à população as condições que nós tínhamos para trabalhar, a falta de estímulo e por isto, a criminalidade ia aumentando e o Governo do Estado não se sensibilizou com isto. Agora, se no próprio acordo dizia que a data teria de ser enviado este projeto de lei, no dia 1º de fevereiro, marcamos assembleia para o dia 2, para saber se este projeto iria ser enviado e se no final de semana subsequente é carnaval, então não fomos nós que escolhemos. A Assembleia Legislativa voltou aos trabalhos dia 1º e o compromisso era votar, mandar votar o projeto de lei no dia 1º, ele [Governo do Estado de Pernambuco] não mandou e nós reunimos em assembleia e foi deliberado pela greve.”
Em respeito à ilegalidade, o vice-presidente do Sinpol, Rafael Cavalcanti, revela. “Temos como obrigação por lei de manter 30% das nossas unidades funcionando, com os serviços, que estão lá mesmo com a falta de estrutura, tendo em vista que tem delegacias que estão sendo fechadas por falta de policial, logo estes serviços ficaram ainda mais lentos, já que apenas 30% do efetivo estará funcionando. E se a greve for declarada ilegal, como nós já estaremos ilegais, nós não vamos arredar o pé enquanto o Governo não cumprir com aquilo que foi acordado, ai sim nós, com o poder declarado pelo Estado, vamos declarar a greve em 100%. Só que nós já vamos estar ilegais, só que, na verdade, quem estará na ilegalidade é o Governo do Estado que não cumpriu com a palavra dele e estará sendo irresponsável com o povo pernambucano.”
Somente flagrantes serão realizados e em esquema lento. Na quinta-feira, às 15h, agentes, escrivães e auxiliares legistas farão uma passeata de protesto da sede do Sinpol até o Palácio Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco.




