A notícia que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi conduzido coercitivamente por policiais federais para prestar depoimento pela 24ª fase da Operação Lava Jato na manhã desta sexta-feira (4) se espalhou rapidamente e movimentou a frente do prédio onde reside o petista, em São Bernardo do Campo, no ABC, e o saguão do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, onde Lula prestou depoimento por cerca de três horas.
Houve tumulto e diversos confrontos entre manifestantes pró e contra Lula. A Polícia Militar precisou intervir e pelo menos três pessoas foram detidas.
A confusão começou quando vários manifestantes se reuniram em frente ao edifício de Lula, na Avenida Prestes Maia, desde cedo. Enquanto a vizinhança gritava “Fora Lula” e “Fora PT”, carros passavam buzinando em apoio à manifestação. A via está totalmente bloqueada, nos dois sentidos. Por volta das 7h30, um grupo de sindicalistas que apoiam o ex-presidente agrediu um fotógrafo que apoiou o protesto. “Levei socos, tapas e chutes”, contou o fotógrafo independente, de 50 anos, que não quis se identificar.
Com a chegada da Polícia Militar, Guarda Civil Municipal e Polícia Federal os ânimos se acalmaram um pouco. Mas a tranquilidade não durou muito tempo. Uma mulher que passava pelo local de carro teve o veículo atingido por arranjo de flores, jogado por um grupo pró Lula. Os manifestantes contrários ao ex-presidente reagiram e ocorreu mais uma briga.
Fogos de artifício também foram soltos em frente ao prédio de Lula. Segundo os manifestantes, foi um ato em comemoração à condução coercitiva do ex-presidente para prestar depoimento à PF. Por volta das 9h50, houve um tumulto generalizado e mais briga. Policiais militares usaram cassetetes e pelo menos um homem foi ferido.
De acordo com o major da PM Fábio, dois homens também foram detidos. Um deles por racismo, por ter chamado um petista de “macaco”, e outros dois por agressão – um por ter batido em manifestante e outro por ter agredido um policial. Os três detidos foram levados para a delegacia.
Confusão em Congonhas
Cerca de 50 pessoas se reuniram em frente à delegacia da Polícia Federal, no Aeroporto de Congonhas, na manhã desta sexta-feira fazendo fotos e gritando frases contra o PT, como “ladrão”, “algema” e “a bandeira nunca será vermelha”. Um homem começou a fazer um “L” com as mãos e começou a bater no peito, demonstrando orgulho por ter votado em Lula.
Em seguida, ele começou a ser criticado e trocar insultos com pessoas que se manifestavam contra o ex-presidente. Houve um tumulto e seguranças da PF separaram os grupos. A PM informou ao G1 que está com 50 policiais militares no aeroporto, incluindo os que estão no prédio das autoridades.
O vereador do PCdoB Jamil Murad foi até a frente da delegacia e começou a ser chamado de “vagabundo” e “bandido” pelos manifestantes. “O Brasil está entrando em um regime de golpe, isso aqui é um golpe, um golpe jurídico contra quem foi eleito legitimamente presidente. Eles querem interromper o mandato da presidente e querer cassar aqueles que defendem o Brasil”, disse ele.
O político filiado ao PT Devanir Ribeiro esteve na delegacia e também saiu protegido por policiais, porque as pessoas começaram a gritar contra ele. Dois grupos fazem protestos no local, contra o ex-presidente Lula. Um deles no saguão, e outro em frente ao prédio onde autoridades são recebidas e onde o petista é ouvido pela PF.
Assim que souberam que o depoimento de Lula havia acabado, no fim da manhã, os manifestantes pró-governo federal saíram do aeroporto e seguiram até a porta do Saguão das Autoridades, que fica a cerca de 1 km da entrada principal do terminal.
Lá, o grupo entrou em confronto com manifestantes contrários ao PT que protestavam na avenida. A PM interveio. Depois de passar mais de uma hora lá, os manifestantes retornaram ao saguão de Congonhas e novamente houve bate-boca.
Do G1




