A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que o governo não está preparando qualquer reestruturação ministerial antes da votação do pedido de impeachment pela Câmara dos Deputados, enquanto o Palácio do Planalto busca apoios para tentar barrar o impedimento no Congresso.
“O Palácio do Planalto não está pretendendo transformar qualquer reestruturação ministerial antes de qualquer processo de votação na Câmara. Nós não iremos mexer em nada atualmente. Não está em questão”, disse Dilma em entrevista a jornalistas após inspecionar um avião KC-390, da Embraer, na Base Aérea de Brasília.
Fontes do Planalto disseram à Reuters na segunda-feira que parte da equipe de governo acredita que é possível segurar os aliados até a votação do pedido de impeachment no plenário da Câmara com a promessa de ampliação de espaço depois da derrota do impedimento no Congresso. Não há certeza no Planalto de ganho político ao fazer uma mudança imediata, segundo as fontes.
O governo passou a agir no varejo para tentar garantir votos contra o impeachment depois que o PMDB, partido com as maiores bancadas na Câmara e no Senado, anunciou na semana passada sua saída da coalizão governista. A intenção inicial era dividir os seis ministérios do PMDB com PP, PSD e PR para garantir a manutenção desses partidos na base.
Dilma também voltou a criticar nesta terça a oposição por tentar “encurtar o caminho para o poder” por meio de um processo de impeachment, que descreveu novamente como “golpe” por não ter base jurídica.
A presidente disse que todos que apostam na instabilidade política criam uma situação difícil para o país porque a estabilidade é essencial para a retomada do crescimento econômico e a geração de empregos. “A instabilidade política sistemática é algo extremamente danoso.”
“A oposição desde o dia em que eu assumi criou todo tipo de instabilidade, e uma quantidade enorme de pautas-bomba, recentemente tem uma tramitando no Congresso que simplesmente é uma pauta-bomba de hidrogênio, porque tem impacto de 300 bilhões (de reais), ao transformar os juros das dívidas dos Estados em juros simples.”
Perguntada por repórteres sobre a proposta levantada por alguns senadores para a antecipação de eleições para este ano, Dilma disse que só conversaria sobre isso se o pleito incluísse também senadores e deputados.
“Essa proposta, como várias outras, é uma proposta. Não rechaço nem aceito. É uma proposta. Convence a Câmara e o Senado a abrir mão dos seus mandatos, ai vem conversar comigo”, afirmou.
Fonte: MSN Notícias