Mais de 175 mil pessoas que integram os grupos prioritários foram vacinadas contra as gripes noRecife. Isso equivale a 45% do público-alvo. Os dados fazem parte do balanço divulgado nesta segunda-feira (2), pela Secretaria de Saúde da capital pernambucana.
Até a sexta-feira (29), 50 mil doses tinham sido aplicadas. Com a ação do Dia D, no sábado (30), foi possível triplicar o número de pessoas beneficiadas. A vacinação segue até o dia 20 de maio para o público-alvo, nas mais de 160 unidades de saúde espalhadas pela cidade, das 8h às 17h.
A meta é vacinar pelo menos 80% do público-alvo, formado por 365.4 mil pessoas. São prioritários: crianças de seis meses a menores de cinco anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), trabalhadores de saúde, pessoas com mais de 60 anos, jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional e pessoas portadoras de doenças crônicas e outras condições clínicas especiais.
A coordenadora do Programa de Imunização do Recife, Elizabete Azoubel, reforça que as pessoas portadoras de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, cardiopatias, entre outras, devem levar documento que comprove a doença, podendo ser até uma receita médica.
A gripe Influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. É de elevada transmissibilidade e distribuição global, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais.
A transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada ao falar, tossir, espirrar ou pelas mãos, que após contato com superfícies recém-condicionadas por secreções respiratórias pode levar o agente infeccioso direto a boca, olhos e nariz.
Histórico
Nos últimos três anos, a cobertura durante a campanha de vacinação alcançou a meta. Em 2013, 87,12% do público-alvo foi vacinado; em 2014, a cobertura foi de 118,71; no ano passado, 81,96% do grupo prioritário receberam a vacina.
No Recife
O recife notificou 4.796 casos de Síndrome Gripal (SG), sendo 23 casos confirmados para Influenza A H1N1, e 104 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 12 casos confirmados para Influenza A H1N1 e 3 para outros vírus respiratórios.
Considerando a soma dos casos positivos de SG e SRAG, o município conta com 34 casos positivos para Influenza A H1N1, com maior concentração na faixa etária de 1 – 9 anos (32,4%) e o bairro de Boa Viagem com maior número de casos confirmados (11%).
Com relação ao mesmo período do ano passado, houve uma redução de 9% nas ocorrências de SG e 11% para SRAG. Foram registrados 9 óbitos suspeitos para SRAG, sendo 04 confirmados para Influenza A H1N1 (todos pela técnica de RT-PCR) com ocorrência entre adultos.
Em relação ao mesmo período do ano passado, foram registrados 6 óbitos, todos descartados para Influenza pela técnica de imunofluorescência – única disponível naquele ano.
Em Pernambuco
Quatro mortes por influenza A H1N1 foram confirmadas em Pernambuco, segundo o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, na quinta-feira (28). Todas as mortes aconteceram no Recife, sendo uma na faixa etária entre 10 e 19 anos, uma na faixa etária de 40 a 49 anos e as outras duas na faixa etária de 50 a 59.
No estado, foram ainda notificados 238 casos de SRAG, com 19 confirmações de influenza A H1N1. No mesmo período de 2015, foram notificados 342 casos de SRAG, sem confirmações para a H1N1. Já nos casos de síndrome gripal, que são mais leves, foram realizadas 193 coletas, sendo 33 delas positivas para influenza A H1N1.
Ao todo, até o dia 23 de abril, foram notificados no estado 20 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que evoluíram para morte. Sete óbitos tiveram investigação sem definição do tipo de síndrome respiratória e outros dois foram descartados para influenza, parainfluenza, adenovírus e VSR.
As outras mortes seguem sendo investigados e, segundo a secretaria, podem ter sido provocadas por diversos vírus, como adenovírus, vírus sincicial respiratório, influenza (A H1N1, AH3 Sazonal, B e vários outros subtipos), parainfluenza (1, 2 e 3), e diversas bactérias, além de outros agentes etiológicos, como fungos.
No mesmo período de 2015, 12 casos de SRAG evoluíram para óbito, mas nenhum deles foi confirmado como H1N1.
A imunização é contraindicada para indivíduos com alergia grave ao ovo ou a qualquer outro componente da fórmula ou aqueles que apresentaram história de reação anafilática em dose anterior da vacina. Em caso de doenças agudas febris moderadas ou graves, é recomendado adiar a vacinação até a resolução do quadro.
Objetivo
A vacinação contra a influenza pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade global. Em residentes em lares de idosos, reduz o risco de pneumonia em cerca de 60%, o risco global de hospitalização em cerca de 50% e o de morte em 68%. Ela ainda pode reduzir em 40% os casos de síndrome gripal.
G1