Integrantes de sindicatos, partidos políticos de esquerda e movimentos sociais, que compõem a Frente Brasil Popular, bloquearam a Ponte Presidente Dutra, rodovia BR-407, que liga as cidades de Petrolina, no Sertão pernambucano, e Juazeiro, na Bahia. Eles participaram da Parada Nacional, organizada em todo o país e disseram que estavam em defesa da democracia e contrários ao que acreditam ser um golpe.
A concentração iniciou por volta das 14h na Praça do Bambuzinho, onde o grupo fixou faixas pela democracia, contra a mídia e Eduardo Cunha. No Bambuzinho a organização contabilizou cerca de 900 pessoas. A Polícia Militar não estava no local.
De acordo com o representante da Frente Brasil Popular no município, Aristóteles Cardona, a mobilização organizada em Petrolina acompanha a de outros estados. “O objetivo é trazer para a população um outro olhar do que está acontecendo com o nosso país. Ao nosso olhar é um golpe. Se tem um processo de impeachment sem crime é um golpe”, destacou Aristóteles Cardona.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe), Robson do Nascimento, declarou que o sistema político é o principal motivo para que eles integrem o ato desta terça-feira. “Vivemos hoje uma conjuntura muito perigosa para a classe trabalhadora. Está se aproximando aí um governo que tomará conta do país e aponta para uma pauta de retirada do direito da classe trabalhadora”, disse Robson.
Do Bambuzinho, o grupo saiu pelas ruas do Centro de Petrolina em direção à Ponte Presidente Dutra às 17h, onde encontraram outro grupo que saiu da cidade de Juazeiro-BA. De acordo com a organização, havia em torno de 3.500 participantes do movimento sobre a ponte. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) falou em torno de 500 integrantes no protesto.
O pastor, Washington Daniel de Almeida, ficou atrás do bloqueio do ato e se mostrou irritado. “Sou um cidadão, tenho direito de ir e vir. Sou até favorável a alguns protestos, mas que não limitem o direito de outras pessoas de ir e vir. Querem promover o fechamento de uma ponte sabendo que é o lugar de acesso de muitas pessoas. Então gera um tumulto. Isso é um crime organizado que está instalado no Brasil”, disse Washington.
O taxista, Marcos Paulo, também enfrentou o engarrafamento formado desde às 17h. “Estou cansado, doido para chegar em casa, perdendo cliente e esperando a boa vontade da pessoa sair. Quero chegar em casa ou continuar trabalhando, mas estou achando difícil”, lamentou.
A PRF tentava negociar a liberação da rodovia. Os manifestantes passaram a ocupar apenas um lado da BR-407 e o trânsito começou a fluir lentamente. Às 18h o grupo começou a sair da Ponte, mas o engarrafamento, tanto na Presidente Dutra quanto no Centro da cidade. O manifesto terminou às 18h30, quando o trânsito voltou a funcionar normalmente.
G1 Petrolina