O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, admitiu a possibilidade de ocupar áreas violentas da cidade durante os Jogos Olímpicos, como havia antecipado o G1 na quinta-feira (12). Na ocasião, o superintendente de grandes eventos da pasta, tentente-coronel Luciano Carvalho de Souza, citou UPPs em “situação conturbada” e disse que o setor de inteligência trabalha com duas estratégias, em caso de necessidade: ocupação preventiva e entrada de uma equipe de pronto emprego.
Souza, no entanto, disse que não “há nada em caráter definitivo” quanto à tomada de territórios. Assim como ele, Beltrame manteve o tom precavido e disse que não quer “criar expectativas”. O secretário afirmou ainda que não acha bom ocupar áreas temporariamente, mas disse também que “não há nada descartado”.
“Semanalmente a gente faz análises de risco com as instituições e, se isso for necessário [ocupar áreas violentas], eu sempre disse que não tenho escrúpulo nenhum de pedir colaboração para qualquer instituição”, disse Beltrame. “Mas, particularmente, não acho que a gente deva gerar uma expectativa temporária nas pessoas. É uma possibilidade que pode ser estudada. Em um evento imenso como os Jogos [Olímpícos], nada pode ser descartado”.
Nas análises de risco, as autoridades de segurança levam em conta até que ponto a guerra entre facções criminosas nas comunidades poderia interferir no andamento das Olimpíadas. Beltrame, porém, diz que a cidade está apta a receber as competições, com mais de 50 mil policiais na cidade.
“Eu digo que a gente está pronto para as Olimpíadas porque nós vamos ter um contingente imenso de policiais aqui. A minha preocupação efetiva é com a população, é com o antes e depois da Olimpíada”.
A declaração do secretário foi feita após uma reunião com lideranças da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), também na quinta (12). Em pauta, verbas adicionais para a pasta, que sofre com atrasos. Policiais se queixam, por exemplo, do não-pagamento do bônus salarial conhecido como Regime Adicional de Serviço (RAS).
“É preciso eleger as prioridades das prioridades. Isso abrange desde aeronaves, viaturas, material administrativo e necessidades tanto da polícia civil quanto da polícia militar”, afirmou o secretário.
G1