O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, deixou o hospital Pró-Cardíaco nesta sexta-feira (20), onde estava internado desde o último dia 14, na Zona Sul do Rio. Na ocasião, ele foi submetido a exames após apresentar um quadro febril.
“Eu fico porque a quimioterapia é muito forte, então debilita o organismo. Mas estou bem. Estou no terceiro ciclo e vou fazer mais três”, afirmou o Pezão. “É um carinho extraordinário que a população manda e deposita, é isso que está me ajudando muito também”, disse ao RJTV.
Pezão está licenciado do cargo desde o final de março para tratar um câncer no sistema linfático. Ele foi diagnosticado com um linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer nas células de defesa do organismo.
Na terça-feira (10), o governador fez o terceiro ciclo da quimioterapia. Ele publicou mensagem nas redes sociais em que dizia estar confiante.”O tratamento é duro, mas estou encarando com muita confiança e fé”.
No mesmo dia ele recebeu em casa, no Leblon, na Zona Sul, o governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, e os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina para uma reunião onde foram discutidas as dívidas dos Estados com a União e a reforma da Previdência.
Na ocasião, Pezão anunciou que ficaria mais uns dias fora para se dedicar à saúde. A licença vai até o dia 30 de julho. Em seu lugar está o vice-governador Francisco Dornelles.
Entrevista sobre doença e crise
No início do mês, o governador Luiz Fernando Pezão falou ao RJTV sobre o tratamento e sobre a crise financeira do Rio.
“São três dias [de tratamento], fiz ontem, hoje e farei amanhã. É um tratamento pesado, é um tipo muito agressivo de câncer, porque é no osso, exige um tratamento mais pesado. Mas [a gente] não é diferente dos outros e temos que passar. Tenho a solidariedade da família e dos médicos, e estou enfrentanto. Mas é muito dolorido, mas contamos com a ajuda da família”, afirmou.
Pezão disse que não falou diálogo com a Alerj e com Dornelles, mas acrescentou que os médicos sempre o pediram mais tempo afastado. “A gente vem conversando desde antes de eu tomar posse. A gente sabia que é um ano que se avizinhava muito difícil, com a queda que tivemos do preço do barril de petróleo já no ano de 2014.
Essa conversa a gente vem tendo desde o ano passado, nunca deixei de conversar com presidente da assembleia e principalmente com meu vice-governador”, garantiu.
“Fiquei também com a responsabilidade dos quase 4 milhões e 400 mil votos que eu tive, de lutar nos momentos bons e momentos ruins, sempre procurando um caminho. E a gente conseguiu atravessar até agora, devido a toda essa articulação que a gente fez, principalmente com Brasília. Tivemos liberados empréstimos do Metrô, não conseguimos as operações que a gente conseguiu fazer pelos problemas que o governo federal teve, com os problemas dele das pedaladas fiscais e os nossos empréstimos não foram liberados. Empréstimos que nós temos direito, e isso ocasionou um desequilíbrio dos pagamentos. Nunca quis me afastar dessas negociações, até pelo relacionamento que criamos em Brasília (…) Mas tenho que estar bem da minha saúde para cuidar do estado. E os médicos me pediram mais tempo, doutor Cláudio Domênico e o doutor Tabak acharam que eu devia me afastar por até seis meses”, explicou.
Ele acrescentou que já tinha enviado projetos de lei para o enfrentamento da crise, e afirma que é normal que algumas delas sejam corrigidos pela Alerj. “A gente não enfrenta essa crise achando que as coisas vão voltar como eram, a gente pode até criar mecanismos de colocar gatilhos na lei – se a economia voltar a crescer, a situação voltar como antes. Mas não é o que se avizinha no País e no mundo”, concluiu.
G1