Os advogados que comandam a acusação e a defesa da presidente Dilma Rousseff no julgamento do impeachment no Senado fizeram uma avaliação positiva do primeiro dia do processo, nesta quinta-feira (25). O julgamento será retomado às 9h desta sexta (26), e os dois lados estudam mudanças na atuação em plenário.
Coautora do pedido de impeachment em análise, Janaína Paschoal diz “não trabalhar com estratégia”, mas adiantou ao G1 que vai pedir a suspeição de cinco das seis testemunhas indicadas pela defesa.
“O critério que o ministro Lewandowski adotou foi um critério bastante rígido, no sentido de que qualquer manifestação política de um promotor faz com que esse promotor passe a ser suspeito. É um critério que tem fundamento numa doutrina muito antiga, no sentido de tradicional, conservadora”, disse.
Segundo ela, a existência das redes sociais faz com que juízes, ministros e promotores se manifestem sobre questões da atualidade, sem que isso levante suspeição. “O que nós pretendemos é que essa mesma linha rígida seja aplicada às outras testemunhas, que começam a ser ouvidas amanha”, disse Janaína.
Advogado de defesa de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo comemorou a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, em relação a Júlio Marcelo, e disse não temer que o mesmo ocorra em relação às testemunhas de defesa.
“Temos uma situação de absoluta tranquilidade. Nenhuma testemunha para nós é vital como era Júlio Marcelo para eles, se houver decisão para retirar, vamos retirar. Acho que a acusação cometeu um erro hoje, as duas testemunhas jogaram contra”, declarou Cardozo.
Segundo ele, os depoimentos das testemunhas de acusação comprovam que uma tese foi construída artificialmente para incriminar Dilma. O advogado não adiantou se pretende questionar as afirmações dessas testemunhas à Mesa Diretora ou ao Supremo.
“Eu vou avaliar, porque hoje foram avaliados fatos novos. Fatos assustadores. Vamos avaliar o que vamos fazer a partir do que aconteceu hoje, ou seja, da demonstração clara que um procurador suspeito agiu de uma forma a ser apurada em relação à própria auditoria do tribunal”, disse.
Nesta sexta, devem ser ouvidas seis testemunhas indicadas pela defesa: o ex-secretário-executivo do Ministério da Educação Luiz Cláudio Costa; o economista Luiz Gonzaga Belluzzo; o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa; a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck; o professor de direito da UERJ Ricardo Lodi Ribeiro, e o professor de direito da UFRJ Geraldo Prado.




