Dados de uma pesquisa do American Directories Operations & Computerized Systems (Amdocs), de 2016, indicam que os jovens brasileiros são os maiores usuários das redes sociais Facebook (94%), Youtube (85%) e WhatsApp (84%).
Além disso, 55% dos entrevistados acham que o smartphone os tornam mais espertos e legais. E 64% dos adolescentes do país costumam checar as redes sociais logo que acordam.
A estudante Luiza Cadidé, 23 anos, por exemplo, já comprou produtos indicados por youtubers. Ela afirma que já se sentiu compelida “a ter a barriga de Camila Coelho e o guarda-roupa de Camila Coutinho”. Nesses momentos, Luiza busca encarar as postagens como esforço de um trabalho.
“Aquele estilo de vida glamuroso não é à toa, temos que ter consciência de que aquilo é a produção de conteúdo em uma plataforma”, disse. Para a estudante, o papel dos pais está em explicar isso para os mais jovens.
A pressão de ser atraente e bem-sucedido nas redes sociais pode gerar tristeza e, em algumas circunstâncias e predisposições, causar depressão.
A tristeza gerada em cima da expectativa de felicidade e de vida dos sonhos pode gerar danos que, junto a outras inclinações, pode acarretar em depressão.
É o que observa o psicanalista e psiquiatra Jorge Forbes, que participou no último dia 25 de ciclo de palestras do Centro Holiste (Pituaçu). Segundo ele, os seres humanos costumam pensar por comparação.
Tristeza x Depressão
“Tristeza é sentimento normal, não deve ser tratado da mesma forma que um osso quebrado, com remédio”, falou ele. Depressão é doença que deve ser tratada por profissionais, com ou sem drogas. Normalmente, são os familiares e amigos que notam que o comportamento está depressivo, mas a tristeza, de acordo com Forbes, é “fácil de reconhecer”.
Mesmo para as blogueiras, é difícil manter o padrão estético. “Me cobro muito, é um esforço enorme tirar aquelas fotos, não é glamour. Já houve loja dizendo que eu não devia engordar para não perder o contrato. Se a pessoa não tiver maturidade enlouquece”, disse Rafaela Oliveira.
Para ela, a realidade no meio deveria ser mais exposta. “Já cheguei a me arrumar, maquiar, tirar fotografias e voltar para casa. As pessoas acham que temos uma vida social perfeita e superagitada, mas, às vezes, é só produção para as fotos”, confessou.




