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A Polícia Federal informou nesta sexta-feira (27) que suspeitos de envolvimento em uma quadrilha especializada em fraudar concursos pelo país, e que está sendo investigada pela Polícia Civil da Paraíba, se inscreveram no processo seletivo da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que oferece 264 vagas e salários de até R$ 8,3 mil para servidores técnico-administrativo. A prova está prevista para ocorrer no domingo (29).
A PF informou que chegou a essa conclusão após fazer cruzamento de dados, dos nomes dos suspeitos disponibilizados pela polícia paraibana com os nomes dos inscritos no concurso da Ufba. A PF não divulgou quantos suspeitos inscritos foram identificados, nem os nomes deles, e diz que a investigação ainda está em andamento.
“Solicitamos da polícia da Paraíba diversos relatórios e listas com os suspeitos que foram identificados lá. Nós estamos cruzando essas listas, esses dados, com as listas de todos os inscritos no concurso da Ufba, para identificar possíveis suspeitos, e vamos ter uma atuação preventiva no dia da prova”, afirmou o superitendente da PF na Bahia, Daniel Justo Madruga.
Investigações
A PF instaurou na quinta-feira (26) inquérito policial para apuração das suspeitas de fraude envolvendo o concurso. O órgão disse que já está de posse de todas as informações solicitadas e repassadas pela Polícia Civil da Paraíba, responsável pela operação que identificou a quadrilha.
“Eles identificaram a quadrilha, que agia em diversos estados. Essa quadrilha inscrevia candidatos, professores, que realizavam as provas rapidamente e repassavam os gabaritos para que eles fossem divulgados a outros candidatos participantes do esquema, através de pontos eletrônicos”, disse o superintendente.
Madruga informou que a investigação vai ser realizada pela PF durante e também depois da aplicação da prova do concurso da UFBA. “A investigação, mesmo depois da prova, continua. Então, ainda que não se identifique no dia da prova, é possível que nos dias seguintes, nas semanas seguintes, alguma fraude, se eventualmente ocorrer e for identificada, essas pessoas responsáveis vão ser responsabilizadas. No dia da prova, se identificar qualquer tipo de fraude, essas pessoas vão ser presas em flagrante. Fraude em concurso público constitui crime previsto no código penal. É grave, porque acaba colocando em dúvida, em cheque, toda a prestação de serviço público”, disse Madruga.
O superintendente da PF disse, no entanto, não acreditar que a tentaiva de fraude possa prejudicar o concurso da UFBA. “Acreditamos que não vá ter problema nenhum, porque, uma vez desbaratada a quadrilha, ela perdeu a sua sustentação e a sua organização. De qualquer forma, estão sendo adotadas medidas preventivas com relação à prova. No domingo, equipes da PF estarão nos locais de prova para coibir qualquer tipo de tentativa de fraude”, destacou.
A organização criminosa é suspeita de fraudar mais de 100 concursos no país, e que está sendo investigada desde março pela polícia da Paraíba. Em dez anos de atuação, o grupo já teria causado prejuízo de mais de R$ 21 milhões.
A suspeita com relação à prova da Ufba surgiu depois de a polícia encontrar mensagens trocadas entre membros da organização em uma rede social. Conforme a investigação, desde maio, o grupo já estaria negociando vagas no concurso da Ufba. Ao menos 30 candidatos seriam beneficiados e pagariam mais de R$ 80 mil pelo gabarito da prova.
O relatório de investigação, com 312 páginas e mais de 8600 arquivos digitais analisados, foi entregue pela Delegacia de Defraudações e Falsificações da Paraíba à Justiça, como um balanço geral da “Operação Gabarito”, deflagrada para desarticular o grupo criminoso.
Por meio de nota, a Ufba informou que tomou conhecimento do que classifica como “boatos” sobre supostas fraudes, mas que está convicta de que as especulações são infudadas. A instituição disse, ainda, que o concurso está mantido para os mais de 72 mil candidatos inscritos.
O Instituto AOCP, responsável pela prova do concurso, afirmou que trabalha em parceria com os órgãos de segurança pública para garantir a lisura dos concursos. Disse, ainda, que a prova está mantida e que o instituto está atento a qualquer irregularidade.




