O presidente do Grupo EBX, Eike Batista, disse nesta quarta-feira (29) concordar com as operações de combate à corrupção em andamento, como as propostas pelo Ministério Público, mas que há “erros” em processos. Ao responder a perguntas de senadores na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o empresário disse, sem citar diretamente a Operação Lava Jato, que o “que está sendo feito” nas investigações “é excelente”. Ele negou, contudo, que tenha feito doações ilícitas a partidos políticos.
No depoimento, Batista afirmou que suas empresas chegaram a ter receitas equivalentes a US$ 34 bilhões e confirmou ter feito doações a partidos, embora tenha rejeitado o título de “filhote” de qualquer legenda. “Eu não sou um rato político, a família nunca foi. Nós criamos projetos para o Brasil. Eu sou um filhote do Brasil, não de nenhum partido. Estou aqui para criar projetos, sempre fui assim e minha família foi assim”, afirmou.
Beneficiário de empréstimos de cerca de R$ 10 bilhões junto ao BNDES, Eike foi convocado para prestar depoimento à CPI que investiga os financiamentos da instituição. Durante a oitiva no Senado, o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), lembrou algumas vezes da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, que o depoente poderia permanecer em silêncio, já que compareceria ao Senado na condição de investigado.
Segundo Eike, os financiamentos de cerca de R$ 10 bilhões adquiridos por meio do banco público foram um “pequeno complemento”, se comparado aos R$ 120 bilhões de investimentos em infraestrutura e geração de energia recebidos de outras fontes pelo seu grupo. Ele frisou diversas vezes que os repasses do BNDES foram garantidos por bancos privados, que poderiam bancar os projetos se os empréstimos não fossem pagos.
“Eu me ressinto bastante com o fato da mídia me colocar como um filhote de não sei que partido. Na verdade, como eu disse, os projetos sempre nasceram de onde não tinha nada. Do zero. Isso é muito importante. Então, eu nunca trabalhei para o governo, não sou empreiteira, nunca tive um recebível de algum projeto de algum governo, projeto social ou de infraestrutura, a não ser os próprios projetos onde eu acessei o BNDES como complemento de um financiamento gigantesco”, disse.






