Olhar para o céu sempre foi uma coisa “fascinante” para o jovem baiano Alexsandro Mota, de 18 anos. Apaixonado por astronomia e movido pela curiosidade, o morador da cidade de Conceição do Coité, a cerca de 220 km de Salvador, decidiu, por conta própria, mergulhar nos estudos para entender os mistérios do espaço e chegou aos mais de 1,3 milhão de seguidores após começar a divulgar nas redes sociais o que aprende diariamente.
“A paixão por astronomia surgiu desde criança. Sempre gostei de observar o céu e me perguntava o que eram aqueles pontos brilhantes que apareciam à noite e me propus a procurar respostas”, destaca.
“Comecei a buscar informações e a compartilhar com as pessoas o que descubro. É fascinante”.
Na casa onde mora com os pais e uma irmã, Alexsandro montou uma estação de monitoramento de meteoros e outros fenômenos. Na noite da última terça-feira (20), registrou, em vídeo, o clarão no céu que foi visto por moradores de diversas cidades da Bahia. O fenômeno aconteceu por volta das 22h30, deixou as pessoas assustadas e ganhou as redes sociais.
Em seu blog, intitulado “Mistérios do espaço”, Alexsandro escreveu sobre o episódio e postou o vídeo que conseguiu gravar, utilizando uma câmera especial.
“Como a câmera estava virada para outro lado, já que nunca sabemos ao certo onde e quando um meteoro pode surgir, só consegui registrar a imagem do clarão. Segundo o que foi divulgado até agora, tratou-se de um meteoro, que explodiu sobre o oceano”, conta o jovem.
A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon) confirmou que o clarão no céu da Bahia foi provocado mesmo por um meteoro, fenômeno luminoso causado pela passagem de um fragmento de rocha espacial pela atmosfera da terra. O fragmento, segundo a Rede, explodiu pouco tempo depois de passar pela atmosfera, no Oceano Atlântico, a cerca de 83 km da praia de Guarajuba, na cidade de Camaçari, região metropolitana de Salvador.
Com a montagem da estação de monitoramento em casa, Alexsandro virou um dos integrantes da Bramon, organização sem fins lucrativos cuja missão é desenvolver e operar uma rede para o monitoramento de meteoros.
Qualquer pessoa pode fazer parte da rede, que é formada por astrônomos amadores. Para isso, é preciso entrar em contato com os outros integrantes do grupo e possuir uma câmera de segurança e com caixa de proteção, um computador, uma placa de captura de vídeo, softwares e acesso a internet, além dos cabos e demais itens de hardware necessários para interligar os equipamentos.
Alexsandro concluiu o ensino médio em 2016 e, agora, se planeja para ingressar numa faculdade. A preparação tem sido com a ajuda da internet, livros e artigos.
“Atualmente eu só pesquiso de forma amadora. Sou astrônomo amador. Aqui pela região, tem a Uneb [Universidade do Estado da Bahia] e a UFBA [Universidade Federal da Bahia]. Cursos de astronomia não tem por aqui, mas cursos relacionados, como física, geologia. Pode ser em qualquer um desses”, destaca.
O jovem diz que tem o apoio dos pais para seguir na carreira. “Me apoiam muito e me dizem pra continuar. Eu digo que é fascinante e que vale a pena se apronfundar nisso, meter a cara nos estudos. No futuro, me vejo como um pesquisador profissional nessa área, fazendo, quem sabe, grandes descobertas para contribuir com a astronomia e ciência nacional”, planeja.
G1 Bahia




