O governador Rui Costa (PT) disse, ontem, que pensou no grupo político quando decidiu retirar a senadora Lídice da Mata (PSB) da chapa para pôr o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Angelo Coronel (PSD). A decisão do chefe do Palácio de Ondina gerou protesto dos socialistas, que acusaram o mandatário do Executivo baiano de cometer um “erro histórico”. “A escolha não passou por perfil pessoal ou individual. Passou por um perfil coletivo, de equipe, de grupo. Isso, para mim, é fundamental. Eu preciso dos deputados estaduais, federais e senadores. A Bahia não pode se dar o luxo de se dividir. Eu preciso de todo mundo para lutar e manter a Bahia como exceção à regra nacional. Eventuais insatisfações vão ter. Não há como agradar todo mundo. Nem Jesus Cristo agradou. Não é Rui Costa que vai agradar. Com o passar do tempo, as pessoas, talvez, compreendam melhor as decisões”, afirmou, durante a inauguração do Hospital Dia, estrutura que ficará no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador.
Para o governador, as “insatisfações” do PSB e da senadora são “legítimas”. “Não posso pedir que eles concordem isso. Aí é um pouco demais. Eu acho legitimo que ela e o PSB manifestem as suas insatisfações”, salientou. O chefe do Palácio de Ondina mandou, ainda, recado para os socialistas baianos. No entendimento dele, apesar de ficar de fora da majoritária, é importante que os membros do PSB mantenham “sentimento de grupo”, sob pena de ficarem “isolados”.
“Até porque, se alguém diz ‘não aceito o grupo’, o grupo também não tem obrigação de aceitá-lo no futuro. Se alguém algum dia pretende ser representante deste grupo, seja em que função for, tem que incorporar, porque se não incorporar a pessoa não se credencia para ser representante do grupo em outras funções”, frisou.
O governador evitou falar sobre o futuro da senadora Lídice da Mata. “Aí é uma decisão dela. Eu respeito. Eu prefiro que ela se manifeste sobre as alternativas que têm. A gente conversou sobre várias alternativas. Mas é de bom tom que ela fale sobre isso. Não eu. Mas nós conversamos sobre possibilidades. Prefiro que ela, no momento que considerar adequado, possa se manifestar”, pontuou. Além de Coronel, Rui Costa confirmou, anteontem, que a chapa governista será composta pelo vice-governador João Leão (PP), que será postulante à reeleição, e do ex-ministro Jaques Wagner (PT), que vai brigar por uma cadeira no Senado Federal.
Petista promete manter equilibro nas suplências
O governador Rui Costa (PT) disse, ontem, que o PSB vai ter “prioridade” para ficar com uma das duas suplências ao Senado. O petista ressaltou, porém, que quer manter o “equilíbrio” na definição dos postos, sugerindo que ou PR ou PP deve ficar com outra vaga. “Eles [os socialistas] têm prioridade de escolha. Mas eu vou tentar manter o equilíbrio do vermelho [partidos de esquerda] e do azul [centro] também na suplência. Só se os partidos abrirem mão. Aí tudo bem. Se houver demanda, vamos tentar manter o equilíbrio do vermelho e do azul”, frisou.
Nos últimos dias, o PCdoB tem pressionado o chefe do Palácio de Ondina para indicar o suplente do ex-governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), porque acreditam que há chance de o substituto do petista entrar em campo. Isto porque há apostas de que, se um candidato a presidente da República do grupo político vencer a eleição, Wagner pode virar ministro e o suplente assumir o mandato na Câmara Alta do Congresso Nacional. A prioridade para ficar com a suplência do ex-chefe do Palácio de Ondina, no entanto, é do PSB. Neste cenário, especula-se que o indicado do partido será o deputado federal Bebeto Galvão.
Tribuna da Bahia




