Mais de 80 toneladas de óleo foram recolhidas das praias de Salvador nos últimos três dias, segundo informações divulgadas pela Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb). De acordo com o órgão, o volume passou de 37 quilos, registrados até terça-feira (15), para 81 toneladas, até a manhã desta sexta (18).
Segundo a Limpurb, uma força-tarefa atua na retirada das manchas das praias. Após ser pesado, o material está sendo encaminhado para um depósito temporário na sede do órgão, onde segue até que os órgãos ambientais responsáveis decidam o que será feito com a substância.
Conforme a Limpurb, até por volta das 12h, nenhuma nova praia tinha sido atingida na cidade. Porém, pequenas manchas foram encontradas novamente nas praias de Itapuã, Stella Maris, Praia do Flamengo, Boca do Rio, Ondina e Rio Vermelho, que já tinham sido atingidas e limpas anteriormente.
No início da manhã desta sexta-feira, uma tartaruga foi encontrada morta na praia de Ondina. Segundo testemunhas, o animal não apresenta sinais visíveis de manchas de óleo no corpo, porém a praia está contaminada desde a quinta-feira (17) e o caso pode ter relação com o problema. A situação será apurada.
Com esse caso, subiu para 11 o número de tartarugas encontradas mortas só neste mês, no litoral da Bahia. Os 10 animais achados antes desse tiveram a contaminação com o óleo confirmada como causa da morte. Além disso, uma outra tartaruga que entrou em contato com a substância no estado morreu em Sergipe.
Nesta sexta, completam 15 dias desde a chegada do óleo na Bahia. Na quinta-feira, o óleo, que já atingia oito cidades baianas, chegou ao município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, atingindo à Baía de Todos-os-Santos e elevando para 9 o número de municípios afetados.
Só na capital baiana, são ao menos 11 praias contaminadas. Em todo o estado, há ao menos 41 pontos de contaminação. Por conta do problema, o Governo do Estado decretou estado de emergência. O decreto irá liberar fundos para as cidades mais prejudicadas, que, até então, têm custeado a limpeza das praias.
Todo o litoral do estado segue sob monitoramento. Representantes de órgãos ambientais, prefeituras, estado e outras entidades, que formam o Comando Unificado do Incidente, têm se reunido diariamente para fazer balanços e pensar soluções para o problema.
Nesta semana, o Ministério Público Federal (MPF-BA) e o Ministério Público do estado (MP-BA) ingressaram com uma ação pública contra a União e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) por causa do óleo. Os órgãos disseram que veem “omissão” na demora em adotar medidas de proteção e que ingressaram com a ação “em decorrência das consequências e riscos ambientais provenientes do vazamento de óleo”.
G1 Bahia