O prefeito de Salvador, ACM Neto, disse, em entrevista coletiva realizada na tarde desta terça-feira (26), que 275 famílias precisaram deixar as casas onde moram por causa da forte chuva que atingiu a capital baiana desde a madrugada. As família foram acolhidas em escolas municipais.
“Ao todo já fizemos o acolhimento e remoção de 275 pessoas, 183 adultos e 92 crianças de áreas de risco, em locais como Gravatá, Baixa Fria e Valéria”, informou o prefeito. As famílias foram para casas de parentes e escolas selecionadas pela prefeitura que não tiveram os nomes detalhados.
ACM Neto falou sobre o volume de chuva nesta terça-feira, do alagamento na região da obra do Bus Rapid Transit (BRT) e de drenagens pela capital baiana.
O prefeito destacou que não há registro de feridos, nem desaparecidos. De acordo com ACM Neto, por meio da Codesal, foram contabilizados 170 mm de chuva até a tarde desta terça.
Em alguns locais foram contabilizados picos de chuva de 250 mm, como nos bairros da Liberdade e São Caetano. A média histórica para o mês de novembro é de 106 mm. Conforme informou a prefeitura, Salvador tem 48 pluviômetros em toda cidade, duas estações hidrológicas e duas meteorológicas.
“Ainda na manhã de hoje mudamos o nível de alerta para o risco muito alto. O acionamento das sirenes em 10 das 11 regiões da cidade onde elas estão instaladas ocorreu porque houve um acumulo de chuva, que segundo o protocolo, obrigava a prefeitura a acionar essas sirenes. Nunca choveu tanto em um mês de novembro nos últimos dez anos, com uma média histórica de 106,5 mm”, disse Neto.
Sobre o fenômeno que atinge a capital baiana, o diretor da Codesal, Sosthenes Macedo, explicou que foi algo imediato e rápido. Ele explicou que o tempo deve permanecer instável até quinta-feira (28), mas não com tanta intensidade e volume como ocorreu nesta terça-feira.
“Salvador está sob efeito do [fenômeno] Cavado. É um sistema de alta pressão que se forma na atmosfera, que joga um peso intenso na área de atuação, ela não tem como ter previsão. Não é que nem a chegada de frente fria, que é previsível. Cavado se forma rapidamente, em cerca de 10 minutos. Ele [o fenômeno] deve perder influência, mas a frente fria continua. Manteremos nível de alerta máximo”, explicou Macedo.
Com relação aos alagamentos em Salvador, em destaque para avenidas principais da cidade, como a ACM, o prefeito falou que o problema ocorreu devido à obra do BRT, mas explicou que a construção não é apenas de mobilidade, é também de drenagem.
“Sabíamos que se houvesse chuva mais intensa que poderia ocorrer alagamentos porque eram necessários cinco barramentos do canal. Isso impede que haja fluxo normal e escoamento da água. Com a conclusão da obra vai melhorar [o alagamento] devido a drenagem que será realizada. Não quero um projeto que trate apenas do transporte público, é uma obra que vai trazer uma solução definitiva para o problema de drenagem da Avenida ACM”, explicou.
O prefeito disse que, apesar da chuva, não há previsão de atraso da obra do BRT. Sobre outros pontos da cidade que também sofreram com alagamentos, como foi o caso da Cidade Baixa, ACM Neto disse que a prefeitura realiza obras de drenagem para evitar que o acumulo de água se repita.
“A Rua Urbano Duarte [no bairro Mont Serrat] que historicamente ficava debaixo de água, passou por obras e não tem mais problema de alagamentos. Estamos trabalhando na Avenida Dendezeiros e Baixa do Fiscal. Nosso maior desafio aquela região é a Rua Nilo Peçanha”, destacou.
Tribuna da Bahia