A atriz Regina Duarte disse o esperado “sim” para o presidente Jair Bolsonaro ontem e aceitou assumir a Secretaria Especial da Cultura. Ela se reuniu com o presidente no Palácio do Planalto na tarde de hoje. Ela vai ocupar a vaga de Roberto Alvim, demitido após divulgar um vídeo em que fazia referências ao nazismo. Regina será a quarta secretária da área no governo de Bolsonaro.
Mais cedo, ao chegar ao Palácio do Planalto, a atriz desconversou se aceitaria o convite. “Para o sim, para o não, para o talvez, preciso de vocês. Ih, rimou, né? Para o sim, para o não ou para o talvez, preciso de vocês”, disse ela a jornalistas. Questionada sobre o que pretende fazer na Cultura, Regina afirmou que “é cedo”.
Na terça-feira, 28, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que Regina terá liberdade para fazer as mudanças que ela quiser caso aceite assumir a Secretaria Especial.
“Para mim seria excepcional, para ela, ela tem a oportunidade de mostrar realmente como é fazer cultura no Brasil. Ela tem experiência em tudo que vai fazer. Precisa de gente com gestão ao seu lado, tem cargo para isso, vai poder trocar quem ela quiser lá sem problema nenhum. Então tem tudo para dar certo a Regina Duarte”, disse Bolsonaro.
Nascida em Franca em 5 de fevereiro de 1947, filha de um tenente reformado do Exército e de uma dona de casa, Regina Duarte se tornou um dos principais nomes da televisão brasileira.
Após se reunir com o presidente, Regina foi à Secretaria-Geral da Presidência para se informar sobre as formalidades para assumir o cargo público.
Dona de uma carreira de mais de 50 anos, ela já esteve dos dois lados da política. Em 1975, quando a novela Roque Santeiro foi censurada pela ditadura militar às vésperas da estreia, a atriz, que não estava no elenco mas já era a “namoradinha do Brasil”, foi a Brasília para protestar. Na versão de 1985, ela foi a Viúva Porcina. Em 2002, ao apoiar a campanha de José Serra à presidência, disse a frase que viraria famosa: “Eu tenho medo”. Seu medo era de que Lula ganhasse as eleições.
Em 2018, ela se manifestou publicamente a favor da candidatura de Jair Bolsonaro em uma entrevista ao Estado. Segundo ela, Bolsonaro tem “humor brincalhão típico dos anos 1950, que faz brincadeiras homofóbicas, mas que são da boca pra fora, coisas de uma cultura envelhecida, ultrapassada”. A última novela em que Regina atuou foi Tempo de Amar (2017), escrita por Alcides Nogueira e Bia Corrêa do Lago.
Cantores
O presidente Jair Bolsonaro garantiu apoio às demandas de artistas sertanejos durante cerimônia no Palácio do Planalto, ontem, em homenagem a eles Segundo Bolsonaro, o Legislativo “tem lá suas divisões”, mas é possível convencê-los a aprovar determinadas pautas.
“Alguns de vocês (artistas sertanejos que o apoiaram na eleição) até perderam contratos e foram perseguidos, mas isso não foi em vão. No que depender de mim, em se apresentando a proposta, levaremos ao ministro Jorge Oliveira (responsável pela Subchefia de Assuntos Jurídicos da Presidência), e, não encontrando óbices jurídicos e constitucionais, nós apresentaremos decreto o mais rápido possível, ou projeto de lei”, disse Bolsonaro.
De acordo com o presidente, a “causa dos sertanejos é mais do que justa”. O mandatário, entretanto, não especificou quais seriam as demandas. O objetivo, afirmou, é facilitar o trabalho dos artistas desse gênero musical para que eles “continuem a levar alegria para a população”.
Leia abaixo a íntegra de nota divulgada pela Globo após o anúncio de Regina Duarte de que aceitou o convite para ser a nova secretária de Cultura do governo.
Nota da Globo
Globo e Regina Duarte estão negociando o fim da relação contratual, em função da decisão da atriz de aceitar o convite para ocupar a Secretaria Especial da Cultura.
Tânia Monteiro
O Estado de S. Paulo