Mais mortes que nascimentos. Com o avanço rápido de novos casos da covid 19 no Brasil, entre janeiro e março deste ano, a doença já provoca mudanças na configuração da população brasileira.
De acordo com o levantamento da Fiocruz, no período, o número de casos aumentou 701,58%, e o de mortes saltou 468,57%. Dados do Portal da Transparência revelam que, pela primeira vez na história do país, a região Sudeste teve um mês de março com mais mortes que nascimentos.
O levantamento da Fiocruz revela ainda que a covid-19 tem avançado entre a população mais jovem. Na faixa etária de 30 a 39 anos, o número de casos aumentou 1.218,33%, e 1.217,95% entre quem tem de 40 a 49 anos. Entre quem tem de 20 a 29 anos, fase que abrange o final da adolescência até a fase de adulto jovem, a letalidade aumentou 872,73%.
A pandemia, além de atingir a força de trabalho, tem consequências sobre a população em plena fase reprodutiva. As regiões Sul e Centro-Oeste vêem a piora rápida na situação da pandemia.
Pela primeira vez na história, a população brasileira começa a reduzir. A pandemia de covid-19 já provoca mais mortes que nascimentos em diversos estados.
No Sul do Brasil, dados da Associação Brasileira de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/Brasil), que reúne informações de todos os registros de nascimentos, óbitos e casamentos do país desde 2015, aponta que houve recuo na quantidade de habitantes. Até a última quinta-feira, foram 34.211 nascimentos na região, contra 34.459 óbitos registrados no sistema. Isso significa que os estados do Sul perderam 248 habitantes no mês de março deste ano.
O problema é muito mais grave se analisados os dados em geral. Em março do ano passado, nasceram 28.820 e outras 15.762 pessoas morreram. Com isso, a população do Sul aumentou em 13 mil pessoas em apenas um mês, e agora tem um recuo inédito.
Especialistas avaliam que esse movimento pode se repetir em todo o país tanto em março, abril e nos próximos meses. Se a pandemia continuar avançando, a população brasileira poderá sofrer um colapso histórico e reduzir de uma maneira que levaria décadas para recuperar, ou entrar em uma redução permanente, como ocorre no Japão.
A pandemia trouxe para o presente um fenômeno que estava previsto para começar em 2043, onde o Brasil teria 235 milhões de pessoas e começaria a registrar redução da população.
Fonte: Correio Brasiliense