Basta passar poucos minutos na Ilha do Fogo para perceber a indignação dos frequentadores locais, acerca da ocupação da única área de lazer gratuita da região, para uso exclusivo do Exército. Nossa equipe de reportagem esteve na Ilha e conversou com alguns banhistas que demonstraram sua tristeza ao constatar que essa briga não levará ninguém a lugar algum.
O comerciante Ivan Luiz de Souza frequenta a Ilha há um ano e meio, e falou que acha um absurdo que um local como esse ser simplesmente tirado das pessoas. “Sou paulista e estou em Juazeiro há pouco mais de um ano, mesmo período que frequento esse paraíso, vou ficar muito triste quando não puder mais vim aqui me divertir. Lá no sul do país uma área dessa limpa e tranquila é uma raridade, e quando conheci fiquei encantado”, declarou convocando a população das duas cidades para lutar por esse espaço que pertence ao povo, deixando inclusive uma sugestão ao exercito. “Já que eles vão ocupar a área, que ocupem o lado de Petrolina que não é utilizado por banhistas e deixem esse lado livre para continuar sendo utilizado por pessoas de bem”, solicitou.
Outro frequentador que deixou seu recado foi Alecsandro. “Venho a Ilha desde criança, meu ai já frequentava a Ilha do Fogo e saber que vamos perder esse espaço é muito triste. Esse espaço é do povo, trabalhamos aqui tentando revitalizar a ilha há mais de 20 anos e agora simplesmente querem tirar da gente, esse espaço é como o quintal da nossa casa e não podemos deixa-lo ser tirado de nós sem uma conversa. Precisamos de atitude e a hora é essa”, declarou.
O jovem Arthur Silva que preferiu não ser fotografado também demonstrou sua revolta com os fatos. “Tenho 18 anos, aprendi a nadar nessa ilha, venho aqui sempre com meus pais e nunca vi nada que me deixasse sem graça na ilha, adoro esse lugar e agora do nada o exercito vem pra cá e tira o nosso espaço, tem que ter um jeito, de repente o que o amigo falou do exercito só usar um lado da ilha com exclusividade, quem sabe o comandante não ver isso pra gente”, concluiu com esperança de ainda poder frequentar a Ilha do Fogo que guarda tantas lembranças e lendas.
Por Lidiane Souza
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