A categoria da enfermagem de Juazeiro e Petrolina se unirão para realizarem um ato na próxima sexta-feira (9). A manifestação será uma resposta à suspensão do piso nacional da enfermagem pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinada no último domingo (4). A convocação para os atos, que é um movimento nacional, foi definida pelo Fórum Nacional da Enfermagem, que reúne entidades como a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e o Conselho Federal da Enfermagem (Cofen).
Enfermeiros e apoiadores da lei também se manifestaram nas redes sociais a favor de uma greve geral. O ministro definiu o prazo de 60 dias para que a categoria esclareça o impacto financeiro da medida avalizada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
A manifestação em defesa do piso de enfermagem será unificada entre as categorias de ambas as cidades. A partir das 16h, profissionais se concentram na Praça da Catedral, em Petrolina, e no Vaporzinho, em Juazeiro. Há expectativa de que, assim como aconteceu num outro ato, à época, pedindo a aprovação do piso, os enfermeiros e as enfermeiras ocupem a Ponte Presidente Dutra.
A decisão
Para suspender a validade da lei, Barroso justificou que é necessário avaliar os riscos para empregabilidade no setor e analisar se a medida impacta a qualidade dos serviços prestados.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) se posicionou contra a suspensão nas redes sociais e destacou que a decisão atende a classe empresarial, que não quer pagar os “valores justos” aos serviços prestados pela Enfermagem.
“Todos os estudos de impactos orçamentários foram devidamente apresentados e debatidos com todos os entes da União, estados e municípios, de maneira plural e transparente junto ao Congresso Nacional, com análise técnica do sistema Cofen/Conselhos Regionais. Portanto, o Sistema Cofen/Conselhos Regionais entende que essa decisão de suspensão é discutível por não haver qualquer indício mínimo de risco para o sistema de saúde”, afirmou a publicação no Twitter.
A presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) reforçou a convocação de um protesto caso a liminar não seja derrubada.
Os atos estão marcados para sexta-feira (9/9) e devem acontecer em frente a hospitais e casas de saúde.
“Essa decisão mesmo que temporária já prejudica os trabalhadores e trabalhadoras que tanto defenderam a vida. É injustificável a argumentação do ministro, que não levou em consideração os debates realizados no Congresso Nacional, no qual conseguimos comprovar que não há grande impacto financeiro para implementar o piso”, declarou Shirley Morales, presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) em publicação no Instagram.
Diário da Região