O ministro da Justiça, Anderson Torres, encaminhou à Polícia Federal (PF) um pedido de abertura de inquérito sobre a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais.
Em publicação nas redes sociais, Torres afirma que o pedido atende à representação recebida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) que aponta “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados” por alguns dos institutos.
Logo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou o segundo turno das eleições presidenciais — a ser disputado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) — os aliados do atual presidente começaram a questionar as pesquisas eleitorais que subestimavam o desempenho do segundo colocado.
Na última projeção realizada pelo instituto Ipec, por exemplo, divulgada no dia anterior às eleições, Bolsonaro tinha 37% das intenções de voto. No levantamento feito pelo Datafolha na mesma data, o mandatário tinha 36% das intenções. Em ambos os casos, a margem de erro era de dois pontos percentuais.
Nas urnas, o candidato do PL recebeu 43,2% dos votos.
Um dos pontos pode explicar a divergência, de acordo com especialistas, é o conceito de “voto útil” — segundo o qual o eleitor vota de forma estratégica em um candidato que não necessariamente é a sua primeira opção.
Outra possibilidade levantada é de que a divergência nos resultados tenha sido provocada por questões de metodologia.
À CNN, o Datafolha afirmou que se manifestará somente quando o pedido de abertura de inquérito for oficializado. O instituto RealTime Big Data informou que não tem um posicionamento sobre o assunto.
A CNN também entrou em contato com o Ipec, Ipespe, Quaest, AtlasIntel, PoderData, Ideia, MDA, Paraná Pesquisas e FSB, além da Abep.
CNN