Neste domingo (16), no debate da Band, os candidatos Lula e Jair Bolsonaro foram questionados pela jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, sobre a relação entre poderes, mencionando medidas de alterações no Supremo Tribunal Federal. Perguntou se ambos se responsabilizam por não buscar intervenções no STF.
Lula começou sua resposta dizendo que não faria agressões contra Vera, e acrescentou que o aumento de cadeiras no STF ocorreu durante a ditadura. Disse que “não é prudente um presidente da República ter um ministro da Suprema Corte que seja seu amigo”. Segundo Lula, é preciso ter currículo e competência.
Ele disse que as pessoas que indicou tiveram postura de dignidade. “Estou convencido de que mexer na Suprema Corte para botar amigo é um atraso, um retrocesso”, afirmou. Disse que a situação pode ser discutida se houver uma nova constituinte no futuro.
Bolsonaro afirmou que é uma satisfação rever Vera. Disse que a proposta em tramitação para mudar o número de ministros é de Luiza Erundina, que foi do PT, mas hoje é do PSOL. “Da minha parte, tá feito o compromisso, assim como nunca estudei isso com profundidade”, afirmou, e acrescentou que “no momento, o PT tem 7 ministros, eu tenho dois”.
O presidente ainda acusou o ministro Edson Fachin, sem citar seu nome, de ter sido cabo eleitoral de Dilma e ter sido o responsável por libertar Lula.
O Grupo Bandeirantes, UOL, TV Cultura e a Folha de São Paulo se reuniram para a realização do debate entre os candidatos à Presidência da República. | Foto: Reprodução/TV Band
Em uma pergunta sobre uma eventual privatização da Petrobrás, Lula foi categórico ao dizer que não pretende repassar para a iniciativa privada a empresa petrolífera. Bolsonaro não deixou sua proposta tão clara, preferindo falar que foi sua gestão que contribuiu para reduzir o preço dos combustíveis e controlar a inflação. Nenhum dos dois candidatos, no entanto, se comprometeram a criar uma lei que responsabilizaria criminalmente atores públicos que praticassem fake news.
Questionado sobre futuras privatizações, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou a gestão Bolsonaro de diminuir o refino da gasolina no Brasil e disse que a “privatização da Petrobras é uma loucura”.
Em nova pergunta, Bolsonaro alegou que existiria um elo entre o PT e o Primeiro Comando da Capital (PCC). O chefe do Executivo criticou o candidato a vice de Lula, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), por não autorizar transferência de Marco Willians Herbas Camacho, também conhecido como Marcola, chefe da maior facção criminosa do País, a um presídio federal.
Lula rebateu colando Bolsonaro à milícia. “Quem tem relação com miliciano não sou eu, ele sabe quem tem”, disse. O petista argumentou que construiu presídios de segurança máxima em seu governo. “Se o Alckmin não quis transferir, é porque ele tinha razão”, disse.
A presença de Lula no Complexo do Alemão durante campanha fez o presidente acusar o petista de ter “amizade com bandido”. “Não tinha nenhum policial ao seu lado, só traficante”, disse. Bolsonaro também alegou que Lula teve mais votos em presídios e que Marcola seria eleitor do ex-presidente. No começo de outubro, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, mandou a campanha de Bolsonaro derrubar conteúdos que faziam essa associação por não encontrar “declaração de voto de Marcola no candidato Luiz Inácio Lula da Silva”.
Agência Estado