Pouco mais de 14% – 14,5%, ao todo – dos magistrados do Judiciário brasileiro são negros. Os números foram revelados por um levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Considerando o volume total de servidores – não só magistrados – o número de negros é de 29,1%. Os dados foram discutidos pelo Conselho em um seminário, nesta segunda-feira (4), que debateu sobre a igualdade racial e apresentou o Programa Nacional de Promoção da Equidade Racial no Poder Judiciário.
A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, afirmou que a desigualdade entre negros e brancos nos tribunais reflete uma sociedade violenta e discriminatória. Ela aproveitou para citar o assassinato da líder quilombola Mãe Bernadete Pacífico, morta com 22 tiros dentro de casa na cidade de Simões Filho.
“Era necessário um exame interno para avaliação de nossas estruturas como poder Judiciário. E, como apurou o censo demográfico de 2018, [o sistema é] majoritariamente branco e masculino e pode se tornar um reprodutor de violências em face das pessoas negras”, afirmou a ministra.
Alerta da ONU
Nesta terça-feira (5), a ONU (Organização das Nações Unidas) emitiu um alerta relacionado ao Brasil. A entidade internacional denunciou a baixa representatividade da população negra na vida política do país e a impunidade “generalizada” diante de ameaças e crimes contra ativistas, segundo o colunista Jamil Chade, do portal Uol.
A apuração será submetida ao Conselho de Direitos Humanos da ONU e no dia 5 de outubro haverá uma discussão sobre o tema.
Fonte: Metro1 – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil