Pouco mais de dois dias após a convocação do ex-presidente Jair Bolsonaro para que seus apoiadores participem de uma manifestação na Avenida Paulista, bolsonaristas organizam caravanas de outros lugares no Brasil para irem à principal via de São Paulo.
A reportagem detectou movimentos em Divinópolis (MG), Indaiatuba (SP), Pouso Alegre (MG), São José dos Campos (SP) e São Gonçalo (RJ). Os valores dos veículos fretados varia entre R$ 60 e R$ 200.
Bolsonaristas usam, sobretudo, as redes sociais abertas para divulgar a iniciativa e alcançar mais pessoas. As publicações foram encontradas no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Telegram.
Nelas é possível ter informações do local de onde partirão os ônibus, valor de passagem, horário de partida dos veículos e telefone dos organizadores.
Os usuários são então redirecionados para os grupos organizadores. Alguns dos grupos já beiram as centenas de pessoas que desejam fazer a viagem.
Nesses grupos, usuários repetem instruções que são compartilhadas em outros endereços de bolsonaristas: proibida a exibição de cartazes, faixas, armas ou bebidas alcoólicas. Em alguns dos grupos, há a orientação para uma revista de cada um que subir no ônibus.
“Olá amigos de todo Brasil, em especial em São Paulo. No último domingo de fevereiro, dia 25, as 3h da tarde, estarei na Paulista, realizando um ato pacífico em defesa do nosso estado democrático de direito. Eu peço a todos vocês que compareçam trajando verde e amarelo e, mais que isso: não compareçam com qualquer faixa e cartaz contra quem quer que seja”, disse, no vídeo encaminhado em seu perfil nas redes sociais.
O evento foi recompartilhado por perfis de bolsonaristas mais conhecidos, como as deputadas Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP). “Convite de Bolsonaro para você que o apoia”, publicou Bia em sua página no X (ex-Twitter). Será a primeira grande manifestação a favor do ex-presidente desde os ataques golpistas do 8 de Janeiro.
Uma outra publicação feita por Bolsonaro mobiliza apoiadores: na tarde desta terça-feira, 13, o ex-presidente publicou uma imagem quando criança, ao lado de uma traíra que ele pescou. Em reunião ministerial feita por Bolsonaro em julho de 2022, Bolsonaro se refere a ex-aliados como “traíras”. Bolsonaristas interpretam a mensagem como um revide àqueles que abandonaram o ex-presidente. “Aos traidores da pátria… Serão engolidos pelas suas próprias ganância todos, autores, cúmplices e seguidores que não se contentam com o que tem, se afogarão nas águas da perdição, o massacre contra o povo”, escreveu uma usuária bolsonarista em mensagem em que ela própria assina em um dos grupos das caravanas, no WhatsApp.
Fonte: Agência estado