Afinal, o que é o amor?
Isso já perguntava o poeta, pois nem ele mesmo o sabia responder.
Focando-me especificamente no amor entre duas pessoas que se querem, desejam e amam, a ponto de decidir viver a vida juntos a dois, existem várias visões. Há quem diga que o que chamamos de amor não é um sentimento e sim um “processo bioquímico” que juntamente com “reações elétricas” gera emoções as quais interagem no cérebro e no corpo. Há também quem pense ainda que o amor é o “(re)encontro de almas partidas” que se acham e se completam por uma existência se totalizando uma na outra. Outros defendem que o amor é apenas uma forma de aliança emocional, quando não meramente uma relação contratual, conveniente e por interesses mútuos entre pessoas que por isso se unem e eventualmente “fazem amor”. Para muitos amor é meramente sexo ou desejo libidinoso puro e simples.
Muitas são as teorias sobre o amor. Algumas absurdas, outras poéticas, científicas e até religiosas. Para mim, o amor é algo que transcende em muito a tudo isso descrito acima e muito mais. Amor não se define, se vive, experimenta, sente! Quando ele chega não pede licença, bate na porta, manda e-mail ou “cutuca você”. Ele simplesmente chega e pronto!
Penso no amor e penso em Deus, pois ele não tem amor, Ele É o próprio Amor. E o amor na sua forma mais sublime, substancial, pura, inteira e completa em si mesma. A Bíblia nos informa que “aquele que não ama, não conhece a Deus, pois Deus é amor”. Logo não saber amar denota desconhecer ao próprio Deus. O Amor tem pelo menos quatro formas de ser visto ou enfoques:
O primeiro é aquele tipo de amor que experimentamos na relação familiar. Um amor parental que nos conecta pelo sangue e na alma, para sempre, àqueles aos quais estamos ligados de um modo mais próximo pela consangüinidade. Isso sem aqui esquecermos que já somos “todos irmãos” em essência do ponto de vista da origem humana”. Nesse amor afetivo-relacional-familiar “somos todos um”. Não por escolha, mas porque nascemos dentro desse universo familiar e aprendemos a nos unirmos à família. Tal expressão de amor é fundamental para o equilíbrio, sustentação e boa saúde da sociedade, posto que é nas relações familiares onde mais nos ligamos em sentimentos uns aos outros. Na alegria ou na dor. Ele é essencial para a proteção e continuidade emocionalmente saudável da espécie humana.
O segundo tipo de amor é aquele que gera a amizade. Falo aqui da amizade verdadeira que gera algo como uma “amálgama” de almas sem que necessariamente envolva sexo ou relação parental. Refiro-me a dar valor ao outro por esse outro ser importante demais para nós. Um amor verdadeiro, talvez na sua versão humana mais sublime e despojada. Visto que na relação que envolve troca ou “obrigatoriedade” não há absolutamente nenhum ato de renúncia altruísta que não envolva interesses. Já na amizade há uma forma de doação mútua, voluntária, prazerosa e gratuita. É a forma humana mais sublime de amar e se relacionar.
O terceiro é o amor erótico. Aquele que é essencialmente físico, libidinal, mas sem perder com isso a sua essência poética envolvida no próprio processo da sedução que é a conquista do ser amado. O conceito de amor erótico tem sido deturpado e reduzido, equivocadamente por muitos, como sendo algo pura, simples e meramente instintual sem que nenhum laço de afetividade se estabeleça em nenhum instante. E isso não é verdade, posto que toda e qualquer relação humana jamais prescinde da emoção que precisa estar envolvida em todo o processo de relação humana, seja ela qual for. O Eros mitológico era, antes e acima de tudo, um sedutor. Daí seu nome ter sido escolhido para “tipificar” esse tipo de amor afetivo-relacional com ênfase no toque físico motivado pelo desejo carnal. Tal amor é essencial que exista entre duas pessoas que se amam e se desejam como parceiras, pois ele sublima uma forma de amar que vai além da psíquica ou espiritual, porquanto se configura pelo toque do corpo. Quem ama eroticamente e consegue estabelecer relação duradoura com a pessoa amada, objeto de seu amor e desejo, por certo possui e também terá envolvido aí sentimentos e emoções que se entrelaçam todo o tempo, tornando assim a relação física como uma expressão tangível de algo abstrato, mas igualmente sublime e “digno de honra”.
A quarta forma de amar é de todas a mais superior, pois nos revela o amor no sentido puramente espiritual. Um amor que transcende, toca o invisível, nos conecta com o Criador e o nosso semelhante, indo além do mero envolvimento emocional e terreno, suscetível aos humores e nuances da alma humana. É um amor perfeito, pois nos liga pela alma a Deus e por esta aos demais humanos como nós. É um tipo de amor que nos evolui, faz crescer individualmente e credencia para interagirmos melhor uns com os outros. É um amor que nos revela a “centelha divina” presente em nós e nos acende uma luz de espiritualidade que nos faz desejar sermos cheios desse mesmo amor que é a essência do nosso “Pai de quem viemos a existir”. É o sublime amor de Deus expresso em nós, os Seus filhos.
Amar é tarefa inglória para alguns, por conta das injustiças, rejeições e traições. Discordo! Seja qual for sua forma de expressar amor, o faça com sinceridade e inteireza do teu ser. Seja você mesmo, intenso e verdadeiro, em tudo e todo o tempo. Ame com coragem, sem medo de ser feliz. Ame com o coração e com devoção. Ame de verdade. Ame… Amando! Não ligue para quem te critica. Simplesmente ame e aja com correção. Decida ser feliz sendo… Amando!
Tenha um dia cheio de AMOR e sem medo de OUSAR, VIVER e ser FELIZ.
Autor: Teobaldo Pedro de Jesus