A presidente Dilma Rousseff deve desembarcar nesta sexta-feira na Bahia para participar do lançamento da Pedra Fundamental do estaleiro do Paraguaçu, região do recôncavo baiano e também para inaugurar a plataforma da Petrobras.
Apesar de os compromissos serem oficiais, a expectativa é de que a líder nacional aproveite para dialogar sobre sua participação na campanha do candidato do PT à prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino. Há quatro meses tem sido aguardada a vinda da presidente à Bahia, sendo a viagem adiada por duas vezes.
Nos bastidores, a definição sobre como deve aparecer o apoio da chefe do Executivo nacional é uma das questões esperadas pela cúpula petista no Estado. A assessoria da presidente disse que a viagem da comandante ao Estado só será confirmada na véspera de sexta à noite, quando a agenda presidencial é liberada.
Os petistas no Estado não confirmam que a viagem da presidente seja um momento de apoio a Pelegrino, mas há rumores de que a sinalização de seu envolvimento seja algo esperado. O presidente estadual do PT, Jonas Paulo deixou claro ontem que a visita é apenas administrativa, mas que ele irá conversar hoje ainda sobre o assunto com o PT nacional.
“Estarei conversando nesta quinta-feira com o presidente Rui Falcão sobre a vinda das lideranças nacionais para a campanha. Ela virá ao estado para lançar a pedra fundamental. Não poderá se envolver em atividades de natureza política”, disse. O deputado Nelson Pelegrino disse também que esse era um “momento administrativo”.
“Eu vou ter que ficar na plateia”, frisou. Questionado sobre o peso da atuação de Dilma em sua corrida ao Palácio Thomé de Souza, Pelegrino reconheceu que a presença presidencial sempre traz efeitos positivos.
“Não diria primordial, mas é importante. Há pesquisas que mostram que a presença da presidente Dilma e do presidente Lula aumentam a vontade do eleitor em votar, mas a questão central é o projeto do candidato”, enfatizou.
O petista destacou ainda como fundamental que a capital tenha um “líder, um comandante”. “O primordial é que possamos construir projetos grandes para Salvador. Vamos ter uma ampla base de apoios com 15 partidos, três senadores e mais de vinte deputados federais que vão reforçar o time e apoiarão os projetos para a nossa cidade”, acrescentou. Pelegrino disse que aproveitará o evento para cobrar o envolvimento de Dilma.
“Trabalharei para mostrar na campanha que a cidade quer um líder para administrá-la, que tenha capacidade de coordenar, comandar, articular com os agentes da cidade, que faça as políticas públicas e traga recursos. E eu tenho trabalhado por Salvador, tenho uma história de luta e dedicação por essa cidade e uma militância a meu favor”, enfatizou.
No entanto, a associação das figuras mais representativas do PT em âmbito nacional ao processo eleitoral é um dos pontos que devem ser potencializados pela candidatura petista em Salvador.
Diante do momento complexo do governo estadual, estimulado principalmente pela greve dos professores, há entendimento sobre a importância da presença da presidente com maior popularidade da história na capital baiana. Apesar de essa questão não ser confirmada, há expectativas de que ela possa ser debatida, junto com uma pretensa participação do ex-presidente Lula, que vai depender do aval de sua equipe médica.
Ontem sua equipe voltou a reiterar que as viagens às cidades em que o PT disputa dependerá de seu estado de saúde. A intenção é quebrar uma conclusão sinalizada por Dilma há uma semana de que eleição seria “um problema dos partidos, como transmitiu a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati.