Primeiro-ministro de Israel diz estar preparado para aumentar ofensiva

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo (18) que o país está preparado para aumentar significativamente sua ofensiva sobre Gaza. A marinha israelense bombardeou alvos no litoral de Gaza neste domingo, quinto dia de confrontos na região.

“Estamos cobrando um preço alto do Hamas e das organizações terroristas, e as Forças de Defesa israelenses estão preparadas para uma significante expansão da operação”, disse Netanyahu no início do conselho de ministros. “Os soldados estão preparados para qualquer atividade que possa ser levada adiante.”

O primeiro-ministro fez seus comentários enquanto milhares de soldados e equipamentos militares se concentram junto à fronteira com Gaza, o que alimenta a hipótese de que Israel inicie uma operação terrestre após cinco dias de ataques aéreos. Netanyahu, entretanto, não deu detalhes sobre a operação nem comentou sobre a possibilidade de uma ofensiva terrestre.

Também neste domingo, o Ministério da Defesa de Israel abriu a passagem de Kerem Shalom, na fronteira com Gaza e Egito, para permitir o abastecimento de produtos básicos e remédios à faixa palestina pela primeira vez desde o começo da operação.

A passagem, principal via de abastecimento a Gaza e pela qual diariamente cruzavam entre 350 e 400 caminhões, foi fechada pouco depois que Israel iniciou na quarta a ofensiva.

Nos últimos dois dias se informou de uma escassez de remédios e equipamentos médicos nos centros hospitalares de Gaza devido ao alto número de feridos, que hoje se aproximavam dos 500, como consequência dos bombardeios israelenses.

Domingo

No ataque deste domingo seis palestinos morreram, entre eles três crianças e três jornalistas – que estavam em um prédio onde ficam as sedes de vários veículos de informação – se feriram, de acordo com a agência de notícias “Maan. Com isso, aumenta para 49 o número de mortos desde que Israel iniciou a operação ‘Pilar Defensivo’ na quarta-feira passada (14).

Entre as vítimas estão Tamer al Hamri, dirigente da Jihad Islâmica, Samahar Qidih, morador de Khan Yunes de 30 anos e Ali Bin Said, de 25, e Muhammad Aydat, mortos em Juhor Al Dik, no centro da faixa.

Os outros mortos são três crianças palestinas, entre um e três anos. “Um menino de 18 meses perdeu a vida e seus dois irmãos de 4 e 5 anos ficaram gravemente feridos em um ataque israelense no centro da Faixa de Gaza”, declarou Adham Abu Salmiya, porta-voz dos serviços médicos de emergência do Hamas.

Durante a noite, duas crianças de um e três anos também morreram nos bombardeios israelenses em Beit Hanun e Beit Lahiya, no norte do enclave palestino, informaram fontes médicas.

No caso dos jornalistas, o ataque danificou o 11º andar do prédio e causou ferimentos em três jornalistas da rede de televisão Al Quds (Jerusalém), informou o correspondente da “Maan”, que tem seus escritórios no mesmo edifício.

Por volta das 2h (horário local, 22h de Brasília) era possível ouvir da Cidade de Gaza dezenas de bombardeios vindos do mar. As explosões eram seguidas de barulhos de impactos na terra.

Em áreas de casas próximas à praia podiam ser observadas colunas de fumaça.

“A Marinha atacou alvos do Hamas no centro e norte de Gaza”, confirmou um porta-voz militar israelense, e acrescentando que os ataques na região são contínuos.

Resposta palestina

Como resposta, os palestinos dispararam uma dezena de foguetes contra o sul de Israel, a maioria dos quais caíram em zonas desabitadas,. Dois deles tiveram como destino Tel Aviv e foram interceptados pelo sistema defensivo Cúpula de Ferro.

Desde a meia-noite deste domingo foram atingidas por foguetes as comarcas e localidades de Shaar Hanegev, Sdot Hanegev, Eshkol, Hof Ahskelon e Ashkelon, onde um dos projéteis causou graves danos a um prédio de quatro andares e deixou vários levemente feridos.

Palestinos tentam recuperar pertences em casa atingida por ataque aéreo na Faixa de Gaza neste domingo (Foto: Marco Longari/AFP)

Outros dois foguetes que se dirigiam a esta cidade, situada a cerca de nove quilômetros de Gaza, foram interceptados pelo sistema defensivo Cúpula de Ferro um minuto após soarem os alarmes na cidade.

O “Canal 10”, que transmitiu ao vivo a intercepção, informou que outro foguete foi disparado ao mesmo tempo contra a cidade de Rishon Letzion, dez quilômetros ao sudeste de Tel Aviv, mas não pôde confirmar o impacto.

Em comunicado em Gaza, o braço armado do Hamas se responsabilizou pelo ataque contra Tel Aviv.

Minutos depois soaram também as sirenes na cidade de Ashkelon, a nove quilômetros de Gaza, onde duas explosões foram escutadas.

Sede do Hamas é atacada

No quarto dia de ofensiva entre israelenses e palestinos, dezenas de alvos na Faixa de Gaza foram atacados, incluindo prédios do governo do Hamas. Também neste sábado (17), o sistema de defesa israelense interceptou um foguete disparado contra Tel Aviv.

Também foram atingidos o quartel-general da polícia do Hamas, a Universidade Islâmica e o estádio “Palestina”, o principal centro esportivo de Gaza. Segundo o Exército israelense, 200 alvos em Gaza foram atingidos, incluindo 120 lançadores de foguetes e 20 túneis.

Segundo balanço do exército de Israel, mais de 380 foguetes de Gaza caíram em território israelense e outros 230 foram interceptados pelo sistema antimísseis Cúpula de Ferro desde quarta.

Militantes palestinos dispararam um foguete em Tel Aviv, que foi interceptado no ar por recém-implantada bateria anti-míssil israelense e não causou vítimas ou danos, disse a polícia (Foto: Majdi Fathi/Reuters)

Liga Árabe

A Liga Árabe anunciou neste sábado, após reunião extraordinária realizada no Egito, que enviará uma delegação ministerial em um ou dois dia a Gaza em sinal de solidariedade. O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, afirmou que a viagem ocorrerá neste domingo (18) ou na segunda-feira (19) e será liderada por ele.

Na declaração divulgada após o encontro, os ministros condenaram o que eles denominam “agressão” israelense e deram seu apoio aos esforços do governo do Egito para assegurar uma trégua que poderia pôr fim à ofensiva de Israel em Gaza.

Os ministros expressaram sua “indignação total com o fracasso do Conselho de Segurança da ONU” em deter os ataques isaelenses e exigiram que os responsáveis pela ofensiva sejam castigados.

Já para o governo dos Estados Unidos, os disparos de foguetes a partir de Gaza são o fator desencadeador deste conflito, e Israel tem o direito de se defender e de decidir a tática a se utilizada.

Egito vê indício de cessar-fogo em breve

O presidente egípcio, Mohamed Mursi, declarou que seu governo estava em contato com Israel e com os palestinos e avaliou que uma trégua pode ser concluída rapidamente no conflito em Gaza. “Há algumas indicações sobre a possibilidade de um cessar-fogo em breve”, declarou o presidente egípcio durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, acrescentando, entretanto, que ainda não há “garantias”.

Em meio ao recrudescimento dos enfrentamentos entre o Exército israelense e militantes em Gaza, Israel colocou 75 mil reservistas em alerta para uma possível ação militar, além dos 16 mil que havia convocado recentemente.

A medida reforça os temores de que seja iminente uma ação terrestre contra o território palestino.

‘Até o fim’

O ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, afirmou neste sábado que se o Exército de seu país invadir Gaza deve ser para “ir até o final”.

“Estamos preparados para uma operação terrestre em grande escala, se for necessária, mas vale destacar que se o Exército entrar em Gaza não pode parar na metade, tem que ir até o final”, declarou em um fórum cultural na cidade de Kiryat Motskin, perto de Haifa, no norte de Israel.

O chefe da diplomacia israelense lamentou que na última invasão de Gaza, há quatro anos, Israel tenha pagado “um alto preço em termos de opinião mundial” pela morte de 1,4 mil palestinos, em sua maioria civis, e “no entanto não alcançou seu objetivo”.

Lieberman considerou que a atual operação iniciada na quarta-feira passada e na qual morreram até agora 43 palestinos, um terço deles civis, não é uma “guerra total”, mas tem “objetivos específicos”.

Segundo ele, trata-se de devolver a calma à área de Israel que é constante alvo de foguetes lançados de Gaza; restaurar a capacidade de dissuasão de Israel e destruir o arsenal de foguetes de longo alcance das milícias palestinas.

“A única forma de viver aqui em paz e segurança é criar uma autêntica dissuasão por meio de uma resposta contundente, de modo que não voltem a colocar-nos a toda prova”, disse. O ministro, à frente do partido ultranacionalista Yisrael Beiteinu, apoia a derrocada do Executivo do Hamas em Gaza.

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