O número de pessoas em situação de pobreza extrema, ou seja, com renda de até R$ 70 por mês, poderia representar menos de 1% da população brasileira, se o Programa Brasil Carinhoso tivesse sido implementado no ano passado, informa a Agência Brasil.
O cálculo é resultado de uma simulação divulgada nesta quarta-feira (26), em Brasília, por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Atualmente, as famílias que vivem em situação de pobreza extrema representam 3,4% dos mais de 190 milhões de brasileiros. Pelas contas do Ipea, sem os benefícios de complemento de renda pagos pelo Programa Bolsa Família, a taxa seria superior a 5%.
Rafael Guerreiro Osório, pesquisador do instituto, explicou que o possível “salto de efetividade” do benefício – que objetiva a erradicação da pobreza extrema – é explicado pelas mudanças no cálculo. Mesmo recebendo os recursos, muitas famílias não tinham renda própria ou os rendimentos eram tão baixos que, apesar da transferência do valor, seus integrantes não conseguiam chegar aos R$ 70 mensais.
O Programa Brasil Carinhoso foi lançado em 14 de maio último pela presidente Dilma Rousseff, com um pacote de medidas para tirar da miséria crianças até 6 anos de idade e previsão de investimentos de R$ 10 bilhões até 2014.