Cinco dos 23 policiais militares que foram condenados pela Justiça de São Paulo, na madrugada de domingo (22), a 156 anos de prisão cada um por participar do massacre do Carandiru vão continuar trabalhando na Polícia Militar. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (22) ao G1 pela assessoria de imprensa da PM.
Um oficial, dois sargentos e dois cabos que atualmente trabalham na PM seguirão atuando na corporação mesmo após a condenação por assassinato de 13 dos 111 presos mortos na Casa de Detenção. O crime foi cometido em 2 outubro de 1992, quando os então policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) invadiram o Pavilhão 9 para conter uma rebelião de presos.
De acordo com a corporação, o capitão Marcos Ricardo Poloniato, os primeiros sargentos Haroldo Wilson de Mello e Roberto Yoshio Yoshikado, e os cabos Roberto do Carmo Filho e Elder Tarabori permanecerão executando suas funções sem quaisquer restrições. Eles foram condenados pelo crime de homicídio juntamente com mais 18 PMs. A diferença entre eles é que esses últimos estão inativos e não trabalham mais na corporação.
Como todos os condenados respondiam soltos pelo processo, pela lei eles têm o direito de continuar em liberdade para recorrer da sentença. A defesa dos PMs nega o crime e alega que seus clientes agiram em legítima defesa. A acusação rebate e trata o caso como homicídio doloso, quando há intenção de matar sem dar chance de defesa à vítima.
Apesar de ter informado as patentes e se os policiais estão ativos ou fora de serviço, a corporação não divulgou onde os PMs trabalham atualmente. Publicações do Diário Oficial do estado, no entanto, informam onde os policiais estão ou estiveram lotados nos últimos anos. O capitão Marcos Ricardo Poloniato saiu da Rota e foi para o Corpo de Bombeiros. Trabalha no 12º Grupamento de Bombeiros, da região de Bauru, no interior.
O primeiro sargento Haroldo Wilson de Mello atua na Assessoria Militar da Procuradoria-Geral, enquanto o também primeiro sargento Roberto Yoshio Yoshikado consta como gestor eventual na Escola Superior de Soldados Coronel PM Eduardo Assumpção, em Pirituba, bairro de São Paulo.
Já o cabo Elder Tarabori estava lotado no 39º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, responsável por bairros da Zona Leste da capital paulista. O G1 não encontrou informações sobre onde trabalha o cabo Roberto do Carmo Filho.
(G1)




