O ex-policial marcos aparecido dos santos, o Bola, foi condenado ontem a 22 anos de prisão, pelo assassinato de Eliza Samúdio, a ex-amante do goleiro Bruno.
A reportagem traz imagens exclusivas do depoimento de Bruno, durante o julgamento dele. Foi a primeira vez em que ele admitiu que sabia que Eliza estava morta.
As imagens inéditas que você vê no vídeo foram feitas durante o julgamento de Bruno. Chorando, o atleta admite, pela primeira vez, que sabia que Eliza estava morta.
O Fantástico mostra, com exclusividade, detalhes das declarações, que foram fundamentais no desfecho de outro julgamento: o do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, que terminou no sábado (27) à noite.
Durante todo o julgamento, Marcos Aparecido disse que era inocente, que foi preso injustamente e não respondeu à maioria das perguntas da acusação. Mas a participação dele no crime já havia sido relatada naquele mesmo Fórum.
Mas como foi o depoimento do principal personagem deste caso? O que Bruno falou sobre Bola e sobre o assassinato de Eliza Samudio?
Era 6 de março de 2013. Bruno estava no banco dos réus, acusado pelo assassinato de Eliza.
Juiz: O senhor sabia que Eliza Samudio ia ser executada?
Bruno: Eu não sabia, eu não mandei, Excelência, mas eu aceitei.
Eliza Samudio brigava na Justiça pelo reconhecimento de paternidade e pensão alimentícia para o filho que teve com o goleiro. Segundo as investigações, em 4 de junho de 2010, o então braço direito de Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e um primo do goleiro, Jorge, menor de idade na época, pegaram Eliza e o filho em um hotel, no Rio de Janeiro. A perícia encontrou sangue dela no carro. Teria sido uma briga com o menor. Bruno revelou que viu os ferimentos.
Bruno: Estava com hematomas no rosto, Excelência.
Juiz: Ela estava com machucado na cabeça?
Bruno: Excelência, ela não estava sangrando, mas estava machucado sim senhora na cabeça.
Bruno afirmou que, depois, Eliza e o filho, Bruninho, foram levados para Minas Gerais. Ela ficou cinco dias no sítio do jogador, mas ele negou que ela estivesse como refém. Disse que deu R$ 30 mil a Eliza e que, no dia 10 de junho, ela saiu de carro com o filho, Macarrão e Jorge. E que os dois voltaram apenas com a criança.
O jogador chorou ao contar: “Perguntei para eles: ‘Poxa, cadê a Eliza? Pelo amor de Deus, o que vocês fizeram com ela?’ Nesse momento o Macarrão falou assim: ‘Eu resolvi o problema. O tal problema que tanto te atormentava’”.
Bruno disse que ficou desesperado: “Chorei muito com medo de tudo que aconteceu. Falei com ele: ‘Macarrão, pelo amor de Deus, cara, o que você fez? Por que você fez isso? Não tinha necessidade, não, cara’”.
Segundo ele, o primo Jorge contou o que aconteceu: “Eles teriam ido a uma casa na região de Vespasiano e lá entregou a Eliza para um rapaz chamado Neném”.
E o advogado de Bruno perguntou: “O Macarrão, quando contratou a pessoa que chamou de Neném, estava se referindo a pessoa de Bola?
Bruno: Sim, senhor.
Bruno repetiu o que Jorge disse a ele sobre o rapaz, que seria Marcos Aparecido, o Bola: “Aí, o rapaz pediu que o Macarrão amarrasse a mão dela para frente. E deu uma gravata nela, enforcou. E o Macarrão pegou ainda e chutou as pernas da Eliza. E que ainda tinha esquartejado o corpo dela, que tinham jogado o corpo dela para os cachorros comerem”.
A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Bola, em uma chácara dele e no sítio de Bruno, mas não encontrou vestígios do corpo. Os julgamentos dos três acusados do assassinato chegaram ao fim sem que um dos principais mistérios fosse esclarecido: onde estão os restos mortais de Eliza Samudio?
Bola, de quem era esperada a resposta, foi condenado a 22 anos de prisão. Macarrão, pegou 15 anos pelo homicídio.
Bruno foi condenado a 22 anos de prisão. O advogado também recorreu.
“Não é a ausência do corpo, é a incerteza da morte no caso da Eliza Samúdio que deixa mais complicada a situação desse processo”, diz o advogado Lúcio Adolfo.
Mas no julgamento Bruno considerou a morte de Eliza como certa
Juíza: O senhor acha que poderia ter evitado a morte de Eliza Samudio?
Bruno: Sim, senhor.