Apesar de a parcela de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ter crescido entre 2003 e 2012, o rendimento dos trabalhadores registrados subiu menos do que o da população ocupada em geral nesses dez anos, aponta estudo divulgado nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Cresceu a participação da mulher empregada com carteira de trabalho no setor privado, diz o estudo
O rendimento médio real recebido pela população ocupada com carteira assinada no setor privado cresceu 14,7% de 2003 a 2012, passando de R$ 1.433,01 para R$ 1.643,30. No mesmo período, o rendimento da população ocupada total cresceu 27,2% (de R$ 1.409,84 para R$ 1.793,69).
De acordo com o levantamento, realizado a partir de dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em 2012, 84,8% dos empregados encontravam-se no setor privado, sendo que 82,4% possuíam carteira de trabalho assinada, sobre 71,9% em 2003. O crescimento foi de 10,5 pontos percentuais em dez anos. A PME é realizada nas metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e de Porto Alegre.
A fatia de empregados com carteira assinada no setor privado dentro da população ocupada total (constituída por empregados, empregadores, trabalhadores por conta própria, militares ou funcionários públicos estatutários) também subiu no período (de 39,7% em 2003 para 49,2% em 2012).
O total de ocupados cresceu de 18,5 milhões para 23,0 milhões no período. O total de empregados com carteira assinada no setor privado passou de 7,3 milhões para 11,3 milhões.
Setores
Por setores, o levantamento aponta que a indústria e os serviços prestados às empresas eram os que tinham os maiores percentuais de trabalhadores com carteira assinada entre seus empregados em 2012: 69,7% e 70,4%, respectivamente. No comércio, essa proporção era de 53% e, na construção, os empregados com carteira respondiam por 40,8%. Construção e comércio, que em 2003 registraram percentuais de 25,5% e 39,7% respectivamente, foram as atividades que mais expandiram a participação de empregados com carteira assinada até 2012: 15,4 e 13,3 pontos percentuais, nessa ordem.
Participação feminina
O estudo mostra, ainda, que houve crescimento na participação da mulher empregada com carteira de trabalho no setor privado. Enquanto na população ocupada a participação feminina aumentou 2,6 pontos percentuais (de 43,0% em 2003 para 45,6% 2012), a população ocupada feminina com carteira de trabalho assinada no setor privado cresceu 9,8 pontos percentuais (de 34,7% em 2003 para 44,5% em 2012).