Uma entidade que reúne fabricantes de membros artificiais prometeu nesta terça-feira (30) próteses gratuitas para cerca de 20 a 25 pessoas que sofreram amputações por causa do atentado deste mês na Maratona de Boston, nos Estados Unidos. A Associação Americana de Ortopedistas e Protéticos ofereceu os serviços iniciais e as próteses não cobertas por planos de saúde para pacientes feridos nas explosões de 15 de abril, que arrancaram os membros inferiores de alguns espectadores que estavam junto à linha de chegada da corrida. Uma prótese abaixo do joelho custa de US$ 8.000 a 12 mil, e uma peça maior vale de US$ 40 mil a 60 mil, segundo o protético Greig Martino, que atende as vítimas.
Três pessoas morreram e 264 ficaram feridas nas explosões, atribuídas pela polícia a duas bombas caseiras montadas em panelas de pressão por dois jovens irmãos de origem chechena. Um dos suspeitos morreu em tiroteio com a polícia dias depois do ataque, e o outro foi preso e indiciado por crimes que podem acarretar a pena de morte. A oferta da entidade, anunciada em teleconferência com jornalistas sob o nome de Coalizão para Caminhar e Correr Novamente, cobrirá apenas uma parte dos custos previstos para os amputados. Vítimas que perderam as duas pernas podem gastar até US$ 450 mil nos próximos cinco anos, segundo o diretor-executivo da associação, Tom Fise, citando estudo do Departamento de Defesa e Assuntos dos Veteranos.
A associação estima que metade dos amputados do ataque em Boston careça de cobertura suficiente dos seus planos de saúde para as próteses, já que algumas apólices garantem apenas mil dólares por peça, ou fornecem apenas um membro artificial. Muitas próteses precisam ser substituídas a cada cinco a sete anos.
“A última coisa com que alguém deveria se preocupar quando perde … uma perna é em ter cobertura de seguro adequada para um dispositivo protético”, disse Kendra Calhoun, presidente da Coalizão dos Amputados, que presta assistência a estimados 2 milhões de amputados no país.
Outras iniciativas estão em andamento para ajudar as vítimas do pior atentado em território norte-americano desde os ataques de 11 de setembro de 2001. Um desses esforços, chamado Fundo Um, já recebeu 27,7 milhões de dólares em doações a serem repassadas aos feridos.