Já está de volta ao Rio Grande do Sul o menino de quatro anos sequestrado pelo pai italiano em Guaporé, na Serra, no dia 13 de abril e levado para Montevidéu, no Uruguai. Após três semanas de apreensão, a criança e a mãe chegaram na tarde deste sábado (4) em Porto Alegre.
O desembarque no Aeroporto Salgado Filho ocorreu por volta das 17h e foi cercado de emoção. “Gracas a Deus, o pessoal do consulado apoiou bastante a gente. Todo mundo ajudou bastante e conseguiram agilizar, e a gente conseguiu sair bem antes do esperado, porque lá é muito demorado”, disse a mãe, Alessandra Spiller.
Preocupada com as consequências psicológicas da situação enfrentada pelo filho, ela diz que pedirá a guarda permanente da criança. “A partir de agora, nós vamos lutar pela guarda, e ele vai ter que pagar pelo que ele fez, porque não se faz o que ele fez. Meu filho está nervoso, está revoltado, mudou a vidinha dele, e não se faz isso com uma criança”, desabafa.
O drama de Alessandra e do filho começou quando o pai do menino, que é italiano, não entregou a criança após uma visita. A polícia de Guaporé, onde a família mora, foi avisada, mas o homem já havia fugido de carro para o Uruguai, de onde pretendia embarcar com o filho para a Itália.
Em Montevidéu, os dois foram localizados no dia 15 de abril pela Interpol. Começava, então, a luta de Alessandra para recuperar o menino. O pai foi preso, e ela obteve autorização para ficar com a criança no país vizinho. Mas era preciso esperar por uma decisão judicial, já que o ex-marido entrou na justiça uruguaia com pedido de guarda do menor.
A decisão só saiu na sexta-feira (4). Alessandra foi autorizada a retornar com o menino para o Brasil. Durante cerca de três semanas, ele ficou com o filho em um hotel e teve de arcar com os custos da hospedagem. O pai do menino continua preso no Uruguai, onde aguarda extradição para a Itália. Ele foi proibido de ver o menino.
Alessandra e o ex-marido se conheceram na Itália. Com a crise europeia, em fevereiro do ano passado, o casal decidiu voltar a viver no Brasil. Os dois se separaram pouco depois e, desde então, o pai do garoto vinha ameaçando levá-lo, segundo a mãe. Ele tinha autorização judicial para ver a criança, desde que deixasse o passaporte no Conselho Tutelar.