O Instituto dos Auditores Fiscais do Estado da Bahia (IAF) considerou decepcionante o acordo firmado pelos 19 sindicatos que negociaram com o governador Jaques Wagner o novo índice de reajuste linear dos servidores. “É inconcebível que representantes de categorias de servidores sentem em uma mesa de negociação e possam concordar com uma proposta como a oferecida pela equipe do governo, durante os seis primeiros meses do ano o reajuste será menor que o oferecido inicialmente”, disse o diretor de mobilização do IAF, o auditor fiscal Augusto Ferrari, indignado com a redução de 2,5% para 2,0%, no reajuste de janeiro a junho. “Essa inédita negociação deverá fazer parte do folclore baiano”, referiu-se. A proposta, aceita por 18 dos 19 sindicatos ligados ao PT e PCdoB que participaram da negociação, da qual o IAF não fez parte, prevê um índice de reajuste de 2%, retroativo a 1º de janeiro (inicialmente o governador tinha proposto 2,5%) e prevê mais 3,84% a partir de 1º julho, totalizando 5,84% (índice oficial da inflação de 2012, medido pelo IPCA), quando os servidores, em tese, já terão novas perdas acumuladas em razão da inflação dos seis primeiros meses do ano, mantendo-se uma grande perda no poder aquisitivo do trabalhador. Para o diretor do Instituto dos Auditores, a proposta acordada é de uma inconsequência sem precedentes e revela o peleguismo instalado no sindicalismo baiano. “A negociação não passou de uma encenação”, disse Ferrari. “O que estamos vendo é um descaso com os servidores do Executivo”, afirmou o dirigente do IAF, ao comparar os resultados obtidos na negociação com o recente reajuste salarial concedido para o Ministério Público e o Judiciário, que tiveram a recomposição integral da inflação do período retroativo a 1º de janeiro e criticou o tratamento desigual dado pelo governo.