Michelle Knight, uma das três mulheres que foi mantida refém por 10 anos em uma casa em Cleveland, Ohio, disse à polícia que ficou grávida pelo menos cinco vezes enquanto esteve em cativeiro, segundo reporta a rede de TV “CNN”. Segundo a jovem, ela era agredida e passava fome enquanto estava grávida, até perder os bebês. Em depoimentos iniciais logo após ser libertada, Michelle contou que quando Ariel Castro, apontado como o responsável pelos sequestros, descobria que ela estava grávida, a fazia abortar. Castro deve ser apresentado a Justiça nesta quinta-feira (9) pela primeira vez, enquanto as acusações contra ele se tornam cada vez mais graves. Michelle contou à polícia que Ariel a fazia passar fome por pelo menos duas semanas, e depois dava socos em seu estômago até que ela sofresse o abordo. O tratamento dado a outra refém, Amanda Berry, foi diferente. Ela também ficou grávida, mas quando foi dar à luz, Castro ordenou que Michelle a ajudasse, segundo uma fonte policial que participa da investigação. Depois que a criança nasceu, todos entraram em pânico – o bebê parou de respirar, e todos começaram a gritar, segundo a fonte. Ariel ameaçou matar Michelle se a criança não sobrevivesse. A família de Michelle, que desapareceu em 2002, não chegou a reportar o desaparecimento, segundo a imprensa americana. O irmão dela, Freddie, disse que não sabia que ela estava desaparecida até que viu a história na TV. “Eu estava pirando porque eu não sabia que minha irmã foi sequestrada”, disse ele. “Minha mãe nunca me disse nada”, argumentou.
A mãe da jovem, Barbara Knight, disse à NBC nesta quarta-feira (8) que ela ainda não tinha falado com a filha. “Ela está provavelmente zangada com o mundo, porque ela achava que nunca seria encontrada, mas graças à Deus que alguém fez”, disse à NBC. Quando lhe perguntaram o que ela diria a sua filha, ela disse: “Eu te amo”.
O relatório da polícia em suas notas desaparecimento diz que Michele Knight “tinha um problema mental e muitas vezes ele foi confundido com seu desaparecimento”, o que talvez levou a acreditar que ela se afastou.
Entenda o caso
Autoridades da cidade de Cleveland acusaram nesta quarta-feira o motorista escolar Ariel Castro de quatro crimes de sequestro e três de abuso sexual no caso das três mulheres desaparecidas em Ohio que foram libertadas após cerca uma década de cativeiro na casa dele.
Castro, de 52 anos, será indiciado no tribunal na quinta-feira, afirmou o procurador municipal Victor Perez em entrevista coletiva. Os irmãos de Castro, Pedro, de 54 anos, e Onil, de 50 anos, não foram acusados no momento, disse Perez. Segundo ele, não há nenhum indício de que eles tinham envolvimento ou que sabiam da existência das mulheres.
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Michelle Knight, vista pela última vez em 2002, Amanda Berry, que desapareceu em 2003, e Gina De Jesus, ausente desde 2004, foram encontradas vivas na noite de segunda-feira na casa de Ariel Castro, depois que um vizinho ajudou Berry a arrombar uma porta.