Com a expectativa de consolidar o nome do senador Aécio Neves (MG) para presidir a sigla, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) realiza neste sábado (18) convenção nacional em Brasília para eleger, além do novo presidente, os 236 nomes que formarão o diretório nacional, além de 25 nomes para a executiva nacional, que executa as deliberações das convenções do partido e do diretório.
O presidente do partido tem como função liderar as ações da sigla em época de eleição, administrar divergências internas e articular alianças nacionais e regionais. A definição do nome de Aécio para suceder o atual presidente, o deputado federal Sérgio Guerra (PE), foi costurada em acordo e é dada como certa por lideranças do PSDB, mas será confirmada em votação.
Entre os nomes de peso do partido, são esperados para o evento o ex-governador de São Paulo José Serra, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio e o ex-senador Tasso Jereissati.
Nesta sexta (17), numa rápida aparição para prestigiar uma premiação para mulheres de destaque do PSDB, Aécio disse que a convenção será “para todos” do partido. Em discurso às centenas de militantes que lotaram um auditório em Brasília, disse que, a partir deste sábado, os tucanos da nova cúpula vão “iniciar uma nova história no PSDB, como um partido plural, que não apenas fale, mas saiba ouvir”.
Antes, em discurso, o atual presidente, Sérgio Guerra, reforçou o discurso em prol da “unidade” e disse ser falsa a ideia de que o PSDB “tem dono”. “Esse partido tem unidade, e não porque tem o poder [no governo federal]. Nós temos ideias e nossa democracia”, disse. “Se não estivermos juntos, não vamos esperar que o povo se junte a nós”, completou.
“Todos os grandes líderes estarão na convenção”, ressaltou o deputado Marcus Pestana (MG), um dos parlamentares mais ligados a Aécio. “Será o coroamento de uma etapa onde nós nos concentramos na consolidação da unidade partidária. Vamos partir para um novo periodo, concentrar menos energia dentro de casa e partir para a sociedade”, afirmou.
Já o ex-líder do partido no Senado, Alvaro Dias (PR), reconhece que ainda há divergências e afirmou esperar que o novo presidente possa acabar com desavenças regionais. “Tem que curar feridas que existem e buscar a unidade”, disse.
O atual líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), disse acreditar que o mandato de Aécio fortalecerá o PSDB. “Ele vai ser um bom presidente, tem tudo para ser presidente do partido: tem vontade, boa experiência administrativa, capacidade”, avaliou Nunes.
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), com trânsito também entre o grupo de Serra e Alckmin, diz que a unidade será ponto de partida para a formulação de uma nova proposta do partido. “O objetivo é apresentar nossa contribuição para um país menos desigual, que é a meta da social- democracia no mundo inteiro. Como? Em vez de administrar a pobreza, eliminar a pobreza”.
O PSDB tem hoje a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, com 49 representantes, e 12 parlamentares no Senado, mesmo número de cadeiras ocupadas pelo PT – atrás apenas do PMDB, que possui 20 senadores. O partido é a principal sigla da oposição nas duas Casas.
Nas cinco regiões do país, os tucanos têm oito governadores eleitos, incluindo o estado de São Paulo, unidade federativa mais populosa e rica. A convenção deste sábado começa às 9h e contará com a participação de 1,5 mil filiados ao PSDB.