O Ministério da Integração Nacional tem capacitado agentes comunitários de saúde, de combate às endemias e lideranças comunitárias para atuarem como multiplicadores de ações educativas de prevenção a doenças e cuidados com a saúde. Nestas quinta e sexta-feira (dias 23 e 24) serão realizados encontros nos municípios paraibanos de Monte Horebe e Cajazeiras e em Cabrobó (PE). Desde janeiro deste ano, mais de 700 pessoas participaram das atividades em Pernambuco, Ceará e Paraíba. A ação faz parte do conjunto de estratégias ambientais desenvolvidas pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco. O cronograma de capacitações na área de educação em saúde segue até o mês de junho. Cada município recebe três oficinas sobre os seguintes temas: Gravidez na Adolescência, Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids; Prevenção à Violência; Saneamento Ambiental e Doenças Relacionadas à Água; Efeitos Danosos dos Agrotóxicos; e Proliferação de Vetores e Acidentes com Animais Peçonhentos. O objetivo é orientar os profissionais de saúde e lideranças comunitárias para que saibam como desenvolver ações preventivas e educativas relacionadas aos possíveis impactos ambientais que podem ser gerados pelas obras da Integração do São Francisco. Ao final das oficinas, em cada município será realizado um seminário local, com apoio das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) para discussão e aprovação da “Agenda de Compromissos de Educação e Saúde”.
Para o agricultor familiar Willian Carvalho do Nascimento, membro da Associação dos Produtores Agrícolas Riacho Grande (Asparg), do município de Salgueiro (PE), as oficinas são muito esclarecedoras. “Geralmente percebemos que os colegas da associação, ao manusear os agrotóxicos, utilizam os equipamentos de proteção individual de forma errada ou, muitas vezes, nem sabem usar. Também já tivemos casos de acidentes fatais ao ingerir e inalar estes produtos”, disse.
Além do conteúdo abordado, os participantes também aprovaram o material distribuído. “As apostilas são muito boas. O material é bem educativo e bastante esclarecedor”, afirmou Ângela Bezerra, servidora pública da área de saúde.
As atividades de capacitação em saúde ambiental abrangem os 17 municípios da área de influência do Projeto São Francisco: Salgueiro, Cabrobó, Verdejante, Terra Nova, Sertânia, Betânia, Custódia e Floresta, em Pernambuco; Penaforte, Brejo Santo, Jati, Barro e Mauriti, no Ceará; e São José de Piranhas, Monte Horebe, Monteiro e Cajazeiras, na Paraíba.
Redução dos impactos ambientais – O Programa de Educação Ambiental atua em três vertentes: nas escolas, na área da saúde e nas comunidades. No ano passado, o módulo de Saúde Ambiental nas Escolas, voltado à formação de professores e coordenadores pedagógicos, foi concluído com a realização da Feira de Troca de Experiências, em Salgueiro (PE), onde foram expostos os trabalhos de mais de mil profissionais de educação. Atualmente, estão em curso as atividades voltadas à área da saúde e com as comunidades indígenas, quilombolas e reassentados das Vilas Produtivas Rurais.
Essa é uma das 38 estratégias ambientais desenvolvidas pelo Ministério da Integração Nacional com vistas à minimização, compensação e ao controle dos impactos ambientais provocados pela implantação e operação do Projeto de Integração do Rio São Francisco.
Maior obra de infraestrutura hídrica do país, o Projeto São Francisco emprega mais de 5 mil trabalhadores. Com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), o empreendimento levará água de beber a mais de 12 milhões de brasileiros nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Para garantir um novo futuro em segurança hídrica ao semiárido brasileiro, o Governo Federal está investindo em várias outras obras estruturantes que somam mais de R$ 30 bilhões.